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OLÁ,

Escolas de samba sofrem para arranjar patrocinadores

Depois do escândalo da apuração deste ano, agremiações têm passado por dificuldades para arranjar parceiros que financiem o desfile

Por Ricky Hiraoka
Atualizado em 1 jun 2017, 18h01 - Publicado em 9 nov 2012, 21h55
Tiago Tadeu - Carnaval 2012 - Apuração
Tiago Tadeu - Carnaval 2012 - Apuração (Reprodução/)
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Na última segunda (5), os diretores das escolas de samba da capital reuniram-se na sede da Liga, na Armênia, para discutir mudanças na apuração do desfile do próximo ano, marcado para os dias 8 e 9 de fevereiro. A assembleia procurava maneiras de evitar um vexame semelhante ao que ocorreu no último evento, quando um integrante da Império de Casa Verde, Tiago Ciro Tadeu, invadiu o local onde os votos eram contados, no Sambódromo do Anhembi, e rasgou os papéis com as notas do quesito comissão de frente.O ato foi seguido por outras invasões, brigas entre integrantes de agremiações rivais, como a Gaviões da Fiel, e queima de carros alegóricos. Enquanto a Liga cogita tirar pontos de quem se envolver em tumultos, a SPTuris, que organiza o Carnaval, já estabeleceu novas normas para 2013. Entre as medidas que passam a vigorar estão a mudança do local da apuração — que será em uma sala do Palácio das Convenções do Anhembi —, a proibição da presença de torcedores durante a divulgação das notas e o aumento da multa para quem causar distúrbios (veja o quadro abaixo). “A confusão de fevereiro representou um balde de água fria no trabalho de quem luta para que a nossa festa seja tão importante quanto a do Rio de Janeiro”, lamenta o presidente de uma agremiação que prefere não ser identificado.

O quiproquó deste ano manchou a imagem da folia paulistana e mexeu no bolso das escolas, que enfrentam dificuldade para conseguir patrocínio para os enredos de 2013. Em outubro de2011, por exemplo, cinco já haviam fechado contratos com empresas interessadas em bancar parte dos custos do desfile. Até o momento, apenas três tem acordos firmados. “Os executivos ficaram assustados com o que ocorreu e estão com receio de associar seus negócios a uma escola de samba. Não está fácil captar recursos”, reconhece Ricardo Okabe, diretor da Unidos de Vila Maria. A agremiação da Zona Norte escolheu a imigração sul-coreana como tema e esperava obter apoio financeiro de multinacionais do país asiático, como a Samsung, fabricante de produtos eletrônicos. Tudo em vão. A diretoria até entrou em contato com a Associação Brasileira dos Coreanos, em uma tentativa de facilitar a aproximação com investidores, mas só obteve uma consultoria cultural. Diz Okabe: Vamos nos virar com as verbas da prefeitura, da Rede Globo e da venda de ingressos, algo em torno de 1,5 milhão de reais. Outra que vem passando o chapéu no mercado, em vão, é a Império de Casa Verde. Com um enredo que fala sobre saúde, ela foi em busca do dinheiro de laboratórios de análise. “Conversamos com duas grandes firmas do ramo, mas ainda não temos ninguém”, lamenta o diretor-geral, Marcelo Casa Nossa.

Na contramão dessa tendência, a Tom Maior foi procurada pela marca de preservativos Prudence para contar a história da camisinha no Sambódromo, o que reforçou seu orçamento de 2,5 milhões de reais. “Sem essas parcerias, fica difícil fechar as contas. São elas que viabilizam o crescimento do Carnaval em São Paulo”, diz a presidente, Luciana Silva. A Nenê de Vila Matilde receberá aporte financeiro do governo da Bahia para integralizar os 3 milhões de reais do desfile sobre a Conjuração Baiana, revolta ocorrida naquele estado no século XVIII. Quem também conseguiu nota máxima no quesito patrocínio foi a Vai-Vai. Em 2012, a escola teve a ajuda da Bombril para levar ˆ avenida um enredo sobre mulheres e até tentou continuar com o mesmo apoio. “Apesar de nossa parceria ter sido extremamente positiva, não fazia sentido continuar investindo, pois o tema atual não se relaciona com nosso negócio”, afirma o diretor de marketing da empresa, Marcos Scaldelai, que não se deixou seduzir pelo fato de a agremiação ter mantido seu logotipo na quadra e no site durante parte do ano. Para 2013, a Vai-Vai tinha cinco opç›es de enredo e todos poderiam ser associados a uma marca. Acertou com o Instituto Brasileiro de Vinho, e empresas do setor compraram cotas de patrocínio para o desfile sobre a bebida. Assim, ela repetirá o orçamento de 2012, de 4 milhões de reais E, mesmo a três meses do Carnaval de 2013, já está planejando o de 2014. “Queremos falar sobre sustentabilidade e estamos conversando com interessados em bancar o tema”, conta o vice-presidente, Renato Maluf.

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Vai-Vai - Carnaval 2012
Vai-Vai – Carnaval 2012 ()

PACOTE DA MORALIZAÇÃO

As medidas da SPTuris para 2013…

– Não será permitida a presença de torcedores na apuração

– A multa por eventuais confusões aumentou de 0,5% para 5% da verba que a escola recebe da prefeitura, cerca de 700.000 reais

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…e as propostas em discussão na Liga

– Subtrair três pontos no resultado final da agremiação responsável por transtornos

– As cédulas das notas serão produzidas em duas vias (uma delas ficaria sob a guarda da Polícia Militar)

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– A comissão julgadora vai receber treinamento especial para uniformizar os critérios de avaliação

+ Confira a programação dos ensaios das escolas de samba

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