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Elza Soares e Gaby Amarantos se encontram no Sesc Pinheiros

Devido à forte chuva, apresentação da dupla no Sesc Interlagos no último domingo (17) foi cancelada

Por Mayra Maldjian
Atualizado em 5 dez 2016, 16h13 - Publicado em 19 mar 2013, 14h54
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  • O temporal que caiu sobre a cidade no domingo (17) inviabilizou o primeiro da série de quatro encontros das divas da música brasileira Elza Soares e Gaby Amarantos, que ocorreria ao ar livre no Sesc Interlagos. Mas, de terça (19) até quinta (21), o céu pode desabar que nada vai impedi-las de sacudir o teatro do Sesc Pinheiros.

    Acompanhadas de quatro instrumentistas e um DJ, elas tomam como base o show mais recente de Elza, Deixa a Nega Gingar. “Ela está fazendo um trabalho bonitinho, gostoso. Vamos gingar juntas”, elogia a garota carioca de 76 anos, que dividirá os vocais com a estrela paraense de 34 anos em clássicos do samba, a exemplo de Madalena do Jucu e Nega do Cabelo Duro.

    A parceria foi firmada nos bastidores de um grande show no Rio, no ano passado, do qual as duas foram atrações. “Fui cumprimentá-la no camarim e ela veio toda alegre, dizendo que adorava Ex Mai Love, que tinha vários deles, inclusive”, lembra Gaby. “Sou megafã, fiquei muito feliz. E então ela fez o convite: ‘A gente podia cantar juntas, né?’. Ajoelhei na frente dela. Foi um encontro muito bonito.”

    Não há dúvidas de que o hit da musa do tecnobrega, trilha de abertura da novela Cheias de Charme, da Globo, está garantido no repertório, não é? “Ex Mai Love bateu na cabeça de todo mundo. Eu até brinco nos shows, canto um pedacinho dela. Tomara que ela faça mais uma Ex Mai Love”, torce a veterana.

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    A seleção das canções foi feita a seis mãos. “Pedi para a Gaby escolher uma música de densidade poética, e veio A Flor e o Espinho, e sugerir outra, o Samba do Ziriguidum“, conta o diretor Glauber Amaral, idealizador dessa união, que levou dez meses para se concretizar. “Para o final do show e o bis, delimitamos Chove, Chuva e um pout-pourri de marchas e sambas de Carnaval.”

    Conectadas pela ousadia, Elza e Gaby imprimiram personalidade aos próprios trabalhos, o que fez com que se destacassem de rótulos e construíssem uma trajetória permeada de valores “culturais nacionais. “A voz rascante dela é inconfundível”, pontua a novata. “Sou muito apaixonada pelas cantoras brasileiras. A Elza é uma das principais, Clara Nunes, Carmem Miranda, Bethânia. Todas que têm essa personalidade mais forte. Clementina. Gal. Fafá de Belém”, enumera.

    A paixão de Elza, por outro lado, é a nova geração. Ela já cantou com o rapper Emicida, por exemplo. “Meu show tem muita juventude. Se você não acompanhá-los você vai ficar para trás. Agradeço muito a Deus por isso. Essa garotada gostosa, cheia de vontade”, se derrete a intérprete de A Carne.

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    “Ela é uma garota, gosta de estar perto de gente com a mesma vibe dela”, acrescenta Gaby, que já está pré-produzindo seu novo disco, sucessor de Treme (2012), sua estreia. Com algumas letras prontas, ela anda pesquisando novos compositores. “Já sei mais ou menos o caminho a seguir. O meu coração está se sentindo do mundo, das pessoas, eu quero que meu trabalho fique pop, mas autenticamente brasileiro.”

    A turnê Deixa a Nega Gingar, que já passou pela Alemanha, França e Inglaterra, será registrada em um CD e DVD e não tem data para acabar, segundo Elza. “Vai até quando Deus quiser”.

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