Para tentar passar despercebido pela censura na época da ditadura, o recifense Paulo Bruscky fazia circular suas ideias por meio do serviço de postagem. Cartas, postais, fotocópias e anúncios de jornal de sua autoria estão expostos, não por acaso, no Centro Cultural Correios.
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Com curadoria de Antonio Sergio Bessa, a mostra A Arte É a Última Esperança reúne trabalhos feitos pelo artista de 1970 a 2013. Bruscky defende a ideia de que a arte e a vida andam sempre juntas. Por isso, objetos aparentemente banais, como os tais anúncios de jornal, ganham status de obra digna de fgurar em uma galeria.
Entre as 120 peças selecionadas do autor, destaca-se um verbete na seção de classifcados no qual Bruscky vende o projeto de uma máquina de flmar sonhos — em preto e branco ou coloridos. Era comum que leitores atentos respondessemaos comunicados. “Você é um inocente tentando fazer humor às nossas custas”, escreveu um deles. Mal sabia ele que sua correspondência também faria parte da obra.
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Na sala ao lado, há outra exposição impactante. O Rio de Janeiro de Debret reúne 120 pinturas de Jean-Baptiste Debret, que retratou a cidade entre 1816 e 1831. Seus pincéis imprimiram verdadeiras crônicas sobre os costumes, a paisagem e a vida cotidiana do país, que experimentava diversas transformações urbanísticas após a vinda da corte portuguesa, em 1808. Reunidos nos três volumes do livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, assinado pelo francês, os documentos são guardiões de nossa história no século XIX. Eles foram selecionados pela curadora Anna Paola Baptista.
- Avenida São João, s/nº, Vale do Anhangabaú, telefone 3227-9461, metrô São Bento.
- Terça a domingo, 11h às 17h.
- Grátis.
- Até o dia 25.