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OLÁ,

‘Divórcio’ traz o embate de dois casais diante de uma separação

A atual montagem, que conta com Suzy Rêgo e Nathália Rodrigues, é um prato cheio para quem busca diversão

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h21 - Publicado em 31 jan 2013, 16h13

O autor paulistano Franz Keppler escreveu a comédia Divórcio em 2010, um ano antes dos dramáticos Camille e Rodin e Córtex, lançados em 2012 e responsáveis pela projeção de seu nome. Não por acaso, o texto, dirigido por Otávio Martins, possui parentesco maior com Nunca Ninguém Me Disse Eu Te Amo (2007), Depois de Tudo (2008) e Frames (2009), seus primeiros trabalhos levados à cena, pouco vistos pelo público. Esses dramas transitavam entre a crônica de costumes e temas contemporâneos.

Em cartaz no Teatro Raul Cortez, a atual montagem é um prato cheio para quem busca diversão, justamente por brincar com o universo das celebridades e com as noções de ética através de dois casais. Suzy Rêgo e José Rubens Chachá interpretam advogados que já dividiram o mesmo teto e se reencontram durante um processo de separação. Cecília (papel de Suzy) precisa defender os interesses do bronco Cacau Bello (o ator Pedro Henrique Moutinho), jogador de futebol cheio de dinheiro no bolso. Vindo do nada e agora dono de uma sólida clientela, Jurandir (vivido por Chachá) foi contratado por Brunna Praddo (Nathália Rodrigues). Modelo, atriz e periguete, ela está louca para limpar a conta bancária de Cacau. Histórias como essa são comuns não apenas no mundo dos famosos, e fazem de Divórcio uma peça capaz de discutir valores e comportamentos dos nossos tempos.

Otávio Martins avança no comando de uma encenação do gênero, depois das experiências em Vamos? (2010) e Pessoas Absurdas (2012). Ele demonstra mais firmeza junto aos atores e cria uma espécie de jogo de espelhos no palco. O quarteto encontra-se praticamente o tempo todo em cena, tendo as ações— em duplas — destacadas pela luz. Em sintonia, o elenco mostra-se à vontade. Aberta ao improviso, Suzy conquista a empatia e ajuda a conduzir o grupo. Chachá estabelece um contraste com a personagem de Suzy ao construir um homem fragilizado diante das aspirações fracassadas da ex-mulher. Nathália e Moutinho enfrentam o estereótipo e a caricatura. Surpreendente, Nathália faz graça com a sensualidade (ela foi capa da revista PLAYBOY de agosto passado) e usa do artifício para mexer com o imaginário do advogado e da plateia. Mesmo com a mão um pouco pesada, Moutinho testa um tom de paródia próximo ao televisivo, e se encaixa no conjunto.

AVALIAÇÃO ✪✪✪

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