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OLÁ,

Ilan Brenman: ‘Quando publiquei meu primeiro livro, vi que podia estar nas casas de todas as crianças’

Autor de <em>Até as Princesas Soltam Pum</em> fala sobre a importância da produção infantil brasileira e indica três bons títulos para a garotada

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 1 jun 2017, 17h45 - Publicado em 17 abr 2013, 20h12
Até as Princesas Soltam Pum, de Ilan Brenman
Até as Princesas Soltam Pum, de Ilan Brenman (Divulgação/)
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Não há criança que não se encante com uma bela história, e os livros são os verdadeiros condutores dessa magia. Essa é a opinião do escritor Ilan Brenman, de Até as Princesas Soltam Pum (Brinque Book, 2008, 28 páginas, R$ 33,20).

Nascido em Israel em 1973, Brenman se mudou para São Paulo quando tinha apenas 6 anos e desde então nunca deixou a capital. O autor conta que descobriu sua vocação para a literatura por acaso, quando fazia estágio em uma escola e tinha que cuidar da garotada no intervalo. Em dezesseis anos de carreira, já lançou quase sessenta títulos para crianças e adolescentes.

Pai de duas meninas, confessa que a paternidade melhorou a qualidade de seus textos, além – é claro, de elas serem fonte permanente de inspiração. Confira abaixo a entrevista completa com Brenman e sua indicação de três bons títulos para as pequenas prateleiras:

Poderia falar um pouco sobre seu último livro, Bocejo, publicado no fim do ano passado? A obra é uma breve história do mundo, por meio de bocejos. Começa com uma árvore bocejando, depois passa para a Eva, para o homem das cavernas, para um Faraó, uma estátua grega e um soldado romano, até chegar a um espelho, que convida o próprio leitor a bocejar. 

De onde surgiu o interesse por literatura infantil? Aos 18 anos eu estudava psicologia e comecei a fazer estágio em uma escola. Era responsável por olhar as crianças no intervalo. Um dia, três alunos pediram que eu contasse uma história. Disse que não sabia e um deles me respondeu: “Inventa!”. Isso caiu como um raio na minha cabeça. Quando percebi, o grupo que me ouvia tinha aumentado e fiquei parecendo O Flautista de Hamelin. Na hora me assustou um pouco, mas foi assim que começou a jornada. Eu anotava em um caderno o que a garotada mais gostava. Do caderno, as histórias foram para o computador e do computador, para as editoras. Meu primeiro livro, O Pó do Crescimento, surgiu assim. Quando o publiquei, percebi que podia estar nas casas das crianças do mundo inteiro.

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Tem filhos? Sim, duas meninas: A mais velha é a Lis, de 9 anos, e a mais nova é a Iris, de 6 anos. A minha qualidade literária deu um salto tremendo depois da paternidade. Antes, eu escrevia, dava aulas de pedagogia em uma faculdade e trabalhava com projetos de incentivo à leitura. Quando elas nasceram, deu uma vontade louca de me dedicar exclusivamente à literatura para crianças.

Elas já foram inspiração para alguma obra? Um dia estávamos jantando e a Iris apareceu com um pijama do lado avesso. Eu perguntei a ela por que estava com tudo ao contrário. Ela falou: “Porque eu sou uma menina do avesso”. Saí correndo para anotar e elas já gritaram: “É livro, é livro!!”. Eu respondi: “É livro, meninas! Mais um! Obrigado!”. A Menina do Avesso (2012) traz uma garota que acorda cedo e fala “boa noite”, vai para a escola de costas e chora quando está feliz. A Lis também me inspirou para Café com Leite (2012). Já Menina-Papagaio (2012) fala das duas, pois mostra a irmã mais nova imitando a maior, que fica muito irritada com a situação.

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Como enxerga o mercado da literatura infantil no Brasil? Está cada vez mais competitivo. Há mais editoras, livrarias especializadas e autores competentes. A qualidade explodiu. Eu viajo bastante para o exterior e digo que os livros infantis nacionais não perdem em nada para os europeus ou americanos, em texto ou graficamente. Tanto que Até as Princesas Soltam Pum, de minha autoria, está fazendo sucesso lá fora. Ele foi publicado na Espanha, Coreia do Sul e América Latina. Também deve ser lançado na China e em Portugal. Só na Espanha está na quinta impressão, com cerca de 20 mil cópias vendidas.

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Quais títulos uma criança não pode deixar de ler?

As Bruxas

As Bruxas - Roald Dahl
As Bruxas – Roald Dahl ()

Autor: Roald Dahl

Editora: WMF Martins Fontes

Onde comprar: Livraria Cultura

Preço: R$ 39,70

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Páginas: 240

O livro conta a história de um menino que se tornou especialista em bruxas, depois de se meter em muitas encrencas com elas. Os leitores aprendem a se defender das vilãs que encontram vida afora.

 

Um Caldeirão de Poemas

Um Caldeirão de Poemas - Tatiana Belinky
Um Caldeirão de Poemas – Tatiana Belinky ()
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Autora: Tatiana Belinky

Editora: Cia das Letrinhas

Onde comprar: Livraria Saraiva

Preço: R$ 38,50

Páginas: 80

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A escritora apresenta poemas que falam de aventuras, amor, saudade e trabalho. Há ainda textos clássicos de autoria desconhecida e poesias de Lewis Carroll, Walt Whitman, Bertold Brecht e Goethe – tudo adaptado para as crianças.

 

+ Superprodução infantil adapta texto de Tatiana Belinky

 

Armazém do Folclore

Armazém do Folclore
Armazém do Folclore ()

Autor: Ricardo Azevedo

Editora: Ática

Onde comprar: Livraria Cultura

Preço: R$ 37,50

Páginas: 128

A obra reúne contos e ditados brasileiros, além de brincadeiras com as palavras, como adivinhas e quadras.

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