Com cerimônia no Sérgio Cardoso, APCA premia os melhores de 2024
Entre os contemplados, estão Cissa Guimarães, pelo programa ‘Sem Censura’ e Andrea Beltrão, por seu papel na novela ‘No Rancho Fundo’
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Atualizado em 12 jun 2025, 18h55 - Publicado em 11 jun 2025, 12h44
Com uma cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, na noite de ontem (10), a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) entregou os troféus aos ganhadores da 69ª edição do Prêmio APCA, que contemplou nomes como Andréa Beltrão (No Rancho Fundo), Chay Suede (Mania de Você), Cissa Guimarães (Sem Censura) e Nathalia Timberg (Grande Prêmio da Crítica, pelo conjunto da obra). A direção da cerimônia foi de Pedro Granato. E a apresentação dos atores Paula Cohen e Bruno Lourenço.
Beto Sargentelli levou o prêmio de melhor ator na categoria teatro por Elvis – O Musical do Rei do Rock, enquanto Débora Falabella levou como melhor atriz, por Prima Facie. “Fico muito feliz com o reconhecimento desse espetáculo, que toca em um tema profundo com excelência dramatúrgica”, afirmou Débora. “Estamos há um ano e meio em cartaz, com a casa cheia. Esse reconhecimento do público só nos faz querer seguir para mais temporadas.” Rodrigo Portella levou o troféu pela direção do espetáculo Ray – Você não me Conhece; e Todas as Coisas Maravilhosas foi contemplado como melhor espetáculo de 2024.
“Um prêmio de direção é sempre, pra mim, uma premiação para o espetáculo como um todo”, afirmou Rodrigo, que destacou o aspecto coletivo da arte. “O que é um diretor, senão um mediador no processo de criação? Ganhar esse troféu é como ter reconhecido o trabalho de mais de cem pessoas, da peruqueira ao ator principal”, disse à Vejinha. Com o APCA, o diretor, já reconhecido antes pelo júri dos prêmios APTR, Shell, Cesgranrio e Bibi Ferreira, pode se gabar de ter na prateleira todos os mais importantes troféus do teatro brasileiro. “Esse é também um prêmio muito importante, especialmente para este musical, que tenta fugir dos paradigmas do gênero, feito com um elenco inteiro de atores pretos, com quase 100% da equipe formada por profissionais pretos, homenageando um homem preto, gênio da música, que foi muito importante para a lua racial nos EUA”.
Na categoria Literatura, a escritora Ruth Rocha recebeu o Grande Prêmio da Crítica, por sua contribuição à formação lírica, onírica e literária dos brasileiros. “Não esperava receber a homenagem, mas é sempre uma alegria. O prêmio é um reconhecimento, uma forma da gente se sentir gratificada.”
Fundador da DAN Galeria, Peter Cohn, venceu como Personalidade do Ano nas Artes Visuais. “Estou muito feliz e grato pelo time que eu tenho. Tudo isso é resultado de um trabalho em conjunto para manter a tradição dos artistas históricos, modernos – ou mais antigos, se for o caso, – que são nomes já consolidados, já consagrados, e trabalhar com o porvir”.
Ganhadora do troféu de Melhor Atriz, na categoria Cinema, Fernanda Torres declarou que é um ser humano e uma atriz diferentes, por causa de Eunice Paiva — personagem vivida por ela no longa Ainda Estou Aqui. “Esse filme trouxe não só um público diverso para as salas de cinema, como conseguiu reestabelecer o entendimento de que ditadura, nunca mais”, afirmou a atriz.
Em final de maratona de Ainda Estou Aqui — Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025 — Walter Salles agradeceu a APCA e a produtora associada Daniela Thomas. “É uma honra receber esse prêmio em um ano tão fértil para o cinema brasileiro — e ainda ser reconhecido ao lado de um cineasta que eu admiro tanto, quanto André Novais de Oliveira”, declarou Walter. “Parabéns também a Pedro Freire por seu brilhante ‘Malu’. Uma cinematografia só se mantém viva quando novos cineastas afloram para redefini-la”, afirmou o cineasta. “Queria dizer o quanto os reconhecimentos da APCA para ‘Central do Brasil’ e para ‘Linha de Passe’ me incentivaram a continuar a caminhada nesse ofício.”
Na categoria Rádio, o Clube do Livro Eldorado, com Roberta Martinelli (Eldorado FM) mereceu o troféu Destaque do Ano. “Parece muito retrô ganhar prêmio por um programa de literatura feito no rádio”, disse Roberta. “Mas, para mim, é o futuro! Acho que o programa veio num momento importante de destaque de clubes que estão incentivando as pessoas a lerem mais.”
Fabiano Gullane, produtor da premiada série Senna, festejou o reconhecimento. “A gente faz muito desse audiovisual para ter repercussão e a melhor repercussão começa na crítica. Estamos muito honrados de receber esse prêmio. Valeu, todo mundo que fez essa série com a gente, esse prêmio é de vocês”.
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