Com o slogan “O melhor e o mais luxuoso da América do Sul” e a exibição de Memórias de um Médico, estrelado por Orson Welles, o Cine Marrocos foi inaugurado em fevereiro de 1951 na Rua Conselheiro Crispiniano, no centro. Escadaria de mármore, chafariz luminoso, bar, ar condicionado e decoração árabe eram atrativos para os frequentadores, que se acomodavam nas 2 000 poltronas estofadas.
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Fechado em 1992, o espaço foi ocupado pelo Movimento Sem-Teto de São Paulo (MSTS) em outubro de 2013. O choque entre o passado glorioso e o presente decadente chamou a atenção do cineasta Ricardo Calil, de Uma Noite em 67. No último mês, o diretor postou sua câmera por lá e colheu depoimentos para um documentário, com lançamento previsto para o ano que vem.
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Além das entrevistas, ele exibiu para os atuais moradores alguns filmes projetados no I Festival Internacional de Cinema do Brasil, de 1954, a exemplo de Crepúsculo dos Deuses e A Princesa e o Plebeu. “Quero mostrar como um antigo templo do glamour se tornou um local de luta social”, explica.