Antes de virar a Casa dos Trovadores Urbanos, o número 651 da Rua Aimberê, em Perdizes, abrigava uma loja de brinquedos. Maída Novaes, uma das fundadoras do coletivo musical, visitava o local em busca de presentes para os sobrinhos.
Em 2000, resolveu ligar para o proprietário e fazer uma oferta. O antigo comércio acabou demolido e ergueu-se ali um sobrado romântico, pensado como sede do grupo de serenatas, que colecionava na época uma década de estrada. “Neste mundo digital, somos uma corrente contrária, em busca de afeto real”, define a moça.
Semanalmente, cerca de cinquenta pessoas marcam presença no endereço para assistir à Seresta de Sexta, atração gratuita na qual Maída e Luiz Marcos, o Xe, outro integrante do coletivo, cantam também na varanda da casinha com figurinos de época. A ideia surgiu no Dia dos Namorados de 2010, quando a vocalista deu uma festa para comemorar os vinte anos de carreira e pegou gosto pela iniciativa.
A decoração acompanha o calendário. Em maio, o mês das mães, os corações preenchem a atmosfera. Em dezembro, entram em cena as bolinhas coloridas. Outro destaque do lugar consiste no Muro do Afeto. A ideia é que os passantes deixem no portão um bilhete carinhoso e levem consigo aquele que tocar seu coração.
Em 2020, os Trovadores Urbanos completam trinta anos. Prometem eventos mensais no imóvel para homenagear outros aniversariantes. Para 19 de abril, por exemplo, está marcado um tributo a Roberto Carlos, que vai apagar 79 velinhas na data.
Casa dos Trovadores Urbanos. Rua Aimberê, 651, Perdizes, ☎ 2595-0100.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 29 de janeiro de 2020, edição nº 2671.