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Marcelo Jeneci lança disco e estreia show

Cantor e compositor foge do rótulo de ser mais um da nova geração da MPB a fazer músicas românticas e tranquilas

Por Carol Pascoal
Atualizado em 5 dez 2016, 15h20 - Publicado em 10 jan 2014, 16h28
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  • Em 2008, o multi-instrumentista paulistano Marcelo Jeneci já gostava de ocupar o centro do palco apresentando suas composições. Os aplausos do público à sua performance, no entanto, não passavam de devaneios, pois o teatro estava vazio. Na época, o artista era apenas um coadjuvante de Vanessa da Mata, acompanhando a cantora em turnê.

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    Nos momentos posteriores à passagem de som da banda, Jeneci aproveitava para ensaiar sozinho, sonhando com o momento em que seria a atração principal. Esse desejo se realizaria alguns anos depois. Em 2010, gravou o elogiado álbum de estreia, Feito pra Acabar. A carreira começou a engrenar, com apresentações lotadas, quatro músicas incluídas nas trilhas sonoras de novelas da Rede Globo e clipes de canções no YouTube com mais de 5 milhões de visualizações.

    A reputação de ser um nome talentoso da atual geração da MPB se confirmou com a chegada do segundo disco, De Graça, no fim de 2013, que conta com arranjos de Eumir Deodato. Depois de passar por cidades como o Rio de Janeiro, a turnê de lançamento do álbum chega a São Paulo, com espetáculos marcados entre os dias 17 e 19 na choperia do Sesc Pompeia.

    Ao vivo, Jeneci se reveza entre a sanfona e os teclados para mostrar composições como o axé contagiante que nomeia o novo trabalho. A cantora Laura Lavieri divide com ele os vocais em diversos momentos. Nascido em Aricanduva e criado em Guaianases, na Zona Leste, Jeneci aprendeu aos 7 anos a tocar teclado sozinho em um instrumento montado pelo pai e ganhou a primeira sanfona de presente de ninguém menos que o grande acordeonista pernambucano Dominguinhos, morto no ano passado.

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    Aos 17, passou a integrar a banda de apoio do cantor Chico César. Depois, acompanhou o ex-titã Arnaldo Antunes e começou a compor em parceria com Vanessa da Mata. No início da carreira-solo, chegou a ser colocado no balaio da MPB fofinha, como a crítica batizou o estilo de uma geração de artistas que abusavam de canções românticas, defendidas com interpretações calmas e embaladas por arranjos folk e coros de “shimbalaiês”. Ele não gosta do rótulo.

    “Tenho músicas amorosas e adoro que as pessoas se casem com elas, mas também faço coisas com questões e sonoridades mais densas”, diz. Um dos temas do De Graça, por exemplo, é o fim do relacionamento de uma década entre ele e a produtora Verônica Pessoa. “A separação não foi a principal fonte de inspiração para o álbum, mas, como eu estava em uma fase de reconstrução e livre, acho que me ajudou a abordar outros assuntos”, conta.

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    Atualmente, o músico de 31 anos vive em um charmoso casarão no Alto de Pinheiros. Gosta das árvores que circundam a moradia e o jardim interno. Amplificadores e caixas de som espalhados compõem o ambiente da sala, onde o que chama mesmo atenção na parede é um pôster de um show que ele fez ao lado de Erasmo Carlos (detalhe: a imagem está autografada pelo Tremendão, uma de suas influências e, hoje, amigo).

    Nas horas vagas, adora ficar na companhia do irmão caçula, Gabriel, 11, falando sobre cinema, uma paixão comum. Apesar de ter afeição por vários pontos da Zona Oeste, como o bar Empório Sagarana, na Vila Romana, ao qual vai a bordo de seu antiquíssimo Opala 1974 e de onde não dispensa a porção de pão de queijo com pernil, já foi possível encontrar o artista com mais frequência pela cidade. Depois de se separar de Verônica, Jeneci prefere trazer os amigos para dentro de casa. Bom anfitrião, quer o espaço cheio e movimentado. “Sempre que a porta estiver encostada, pode entrar”, brinca. Mais fofo que isso, impossível.

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