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OLÁ,

Caco Ciocler: “Fazer teatro durante novela é um ato de resistência”

Um dos astros do elenco de <em>O Desaparecimento do Elefante</em> fala sobre a peça, seus novos projetos e as gravações de <em>Salve Jorge</em>

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 16h11 - Publicado em 28 mar 2013, 20h26
O Desaparecimento do Elefante
O Desaparecimento do Elefante (André Gardenberg/)
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Caco Ciocler se reveza entre trabalhos na televisão — atualmente grava a novela Salve Jorge — no cinema e no teatro. Um dos atores do estrelado elenco de O Desaparecimento do Elefante falou à VEJA SÃO PAULO. Na entrevista, ele afirma que tocar projetos paralelos, especialmente a gravação de uma novela e os ensaios de um espetáculo é “um trabalho de resistência”. O ator também diz que a Rede Globo orienta os atores a não realizar trabalhos concomitantes e que sua participação na peça, assinada por Monique Gardenberg e Michele Matalon, é resultado de uma vontade deliberada de burlar a tal norma. Confira abaixo.

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VEJA SÃO PAULO — Como foi que você se envolveu na montagem de O Desaparecimento do Elefante?

Caco Ciocler — Eu trabalhei com a Monique Gardenberg em Os Sete Afluentes do Rio Ota, e desde aquele espetáculo, tivemos vontade de repetir a parceria. Isso já faz dez anos, e estávamos em momentos artísticos muito diferentes de hoje.

Qual é a diferença entre os trabalhos daquela época e o de hoje?

A diferença é que Os Sete Afluentes do Rio Ota já era um texto pronto que Monique adaptou e trouxe ao Brasil. O Desaparecimento do Elefante é diferente, a dramaturgia é dela. O único suporte que temos, e que mesmo assim é muito pouco, são os contos do Murakami.

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Como foi o processo e os ensaios? Parece que houve algumas dificuldades…

O processo foi difícil pois somos atores de escolas distintas, e, ao longo do trabalho, o texto foi sofrendo diversas interferências. Monique é uma diretora que respeita essas diferenças e prefere que elas apareçam no palco. Ao mesmo tempo, é muito aberta às sugestões e possui muitas referências. O trabalho dela é uma verdadeira colagem. Quanto aos ensaios, foi difícil conciliar as agendas, pois todos os atores do elenco são muito ocupados. Como são pessoas muito talentosas, conseguimos usar o tempo curto, de dois meses, a nosso favor.

Além de O Desaparecimento do Elefante, quais outros projetos seus estão em andamento?

No momento, estou gravando [a novela] Salve Jorge e dirigindo uma versão do espetáculo No Exit, de Jean-Paul Sartre. A ideia é estrear em jullho.

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Como é conciliar a gravação de uma novela com outros projetos?

É um trabalho de resistência. A Rede Globo tem como norma não liberar os atores que estão em período de gravação de novela para trabalhos no teatro. Conversei com a Monique, e busquei deliberadamente burlar essa regra. Claro que não é tão simples como parece, e é possível que eu não possa comparecer em várias sessões do espetáculo, inclusive na estreia. Mas isso não é problema para um elenco afiado e que sabe todas as falas da peça. Como o espetáculo é uma coleção de contos, com personagens que não se repetem, podemos eventualmente nos revezar. Na ausência de um, outro ator o cobre sem maiores problemas.

Você já estava afastado da TV há um tempo. Por que voltou?

Minha última novela foi Cordel Encantando [de 2011] e agora surgiu o convite da produção de Salve Jorge. Não consegui dizer não. Por um tempo, consegui negociar meu contrato com a Globo, para tocar outros projetos, mas decidi que era hora de voltar.

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