O Cine Belas Artes volta a funcionar neste sábado (19), a partir das 15h30, depois de permanecer fechado por mais de três anos, desde março de 2011. O dia da reabertura será celebrado com a exibição de filmes clássicos, a exemplo de Quanto Mais Quente Melhor (1959), de Billy Wilder, e pré-estreias como o argentino O Estudante, de Santiago Mitre.
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Também será projetado um símbolo da resistência do local, o francês Medos Privados em Lugares Públicos (2006), de Alain Resnais, que ficou em cartaz no cinema por três anos. Os ingressos neste primeiro fim de semana têm preço especial: custam 10 reais, com direito à meia-entrada (R$ 5) para estudantes, idosos e moradores da cidade. Nos demais dias, as entradas sairão por 20 reais. O espaço continua com a divisão de seis salas, com capacidade total para 1 050 espectadores.
Uma delas, batizada de SPCine, em referência à empresa pública criada pela Prefeitura a fim de fortalecer o cinema paulista, será dedicada aos filmes brasileiros. Neste sábado (19) e no domingo (20), no entanto, apenas três salas terão programação. Para acomodar os cinéfilos, duas faixas da Rua da Consolação serão interditadas.
O dono e diretor do cinema, André Sturm, pretende manter o caráter artístico da programação, com produções alternativas ao circuito comercial. Em coletiva de imprensa nesta quinta (17), Sturm disse que será difícil controlar a emoção. “O cinema já faz parte da minha vida”, diz. “Não me lembro de ter visto uma mobilização tão grande por um bem cultural como a que foi feita em janeiro de 2011.”
O proprietário se refere às centenas de pessoas que foram às ruas na tentativa de evitar o fechamento do local, fundado em 1943 com o nome de Cine Ritz. Referência por exibir filmes de arte ao longo de sua trajetória, o Belas Artes encerrou as atividades devido a desentendimentos com o dono do imóvel, Flávio Maluf, que aumentou de 63 000 para 150 000 reais o valor do aluguel.
A recuperação do espaço só foi possível após diversas negociações e o apoio do Movimento Belas Artes, formado por voluntários contra o fechamento da sala, da Secretaria Municipal de Cultura e da Caixa Econômica Federal. O banco, que adquiriu o direito de colocar seu nome na fachada (o cinema passa a se chamar oficialmente Caixa Belas Artes), vai desembolsar 1,8 milhão de reais por ano como patrocínio.
Confira a programação completa da reabertura do Caixa Belas Artes:
Sábado, 19 de julho
Sala 2 – Cândido Portinari
- 17h10 – Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder
- 19h50 – Um Dia Muito Especial, de Ettore Scola
- 22h – A Malvada, de Joseph L. Mankiewicz
Sala 3 – Oscar Niemeyer
- 17h40 – O Estudante, de Santiago Mitre
- 20h10 – FIlha Distante, de Carlos Sorin
- 22h10 – Norwegian Wood – Como nas Canções dos Beatles, de Tran Anh Hung
Sala 4 – SP CINE Aleijadinho
- 17h – Aos Ventos que Virão, de Hermano Penna
- 19h20 – Queimada!, de Gillo Pontecorvo
- 22h – Medos Privados em Lugares Públicos, de Alain Resnais
Domingo, 20 de julho
Sala 2 – Cândido Portinari
- 14h – Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman
- 16h10 – Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder
- 18h50 – Um Dia muito Especial, de Ettore Scola
- 21h – A Malvada, de Joseph L. Mankiewicz
Sala 3 – Oscar Niemeyer
- 14h20 – Minha Irmã, de Ursula Meier
- 16h40 – O Estudante, de Santiago Mitre
- 19h10 – FIlha Distante, de Carlos Sorin
- 21h10 – Norwegian Wood – Como nas Canções dos Beatles, de Tran Anh Hung
Sala 4 – SP CINE Aleijadinho
- 13h30 – Aos Ventos que Virão, de Hermano Penna
- 16h – A Noite, de Michelangelo Antonioni
- 18h20 – Queimada!, de Gillo Pontecorvo
- 21h – Medos Privados em Lugares Públicos, de Alain Resnais