Além de intrigas e paredão, o Big Brother Brasil também vive à base de muitas vitrines. E não estamos falando apenas das inúmeras ações de merchandising que o reality show da Globo tem. São os modelitos e acessórios dos participantes que fisgam a atenção do público e fazem as vendas decolar — o biquíni de crochê usado pela influenciadora Jade Picon, por exemplo, já tem fila de espera, e a sandália acolchoada da cantora Linn da Quebrada deu o que falar nas redes sociais (leia mais abaixo).
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Não passaram despercebidos, ainda, os croppeds vestidos pela modelo Eslovênia Marques e pela dançarina Brunna Gonçalves, muito menos os pijamas estilosos do ator Tiago Abravanel. A produção proíbe o uso de roupas com personagens e a aparição de logotipos e marcas, mas o elenco está liberado para levar o próprio guarda-roupa, apesar do patrocínio da rede C&A, que investiu quase 70 milhões de reais em um dos pacotes comerciais.
Exclusiva e fashionista
Os looks da cantora e atriz paulistana Linn da Quebrada chamaram atenção desde o início. Ao entrar na casa mais vigiada do Brasil vestindo uma camiseta de algodão com a imagem de Anastácia, ela prestou homenagem à mulher negra escravizada no período colonial e hoje personagem de devoção na umbanda. Retratada com uma mordaça em uma gravura do século XIX do francês Jacques Etienne Arago (1790- 1854), Anastácia aparece com o rosto livre na versão assinada pelo artista carioca Yhuri Cruz. Outro destaque é o brinco em forma de cobra que envolve a orelha de Linn: o acessório conhecido como ear cuff foi feito por Cais Niara, sua ex-namorada, e inspirado na espécie mamba-negra — as criações, nesse caso, são vendidas pelo Instagram da artista (@caisniara).
Outra peça de grande repercussão foi criada pela mineira Virgínia Barros, com loja em Pinheiros (Rua Artur de Azevedo, 1511, ☎ 2639-4723). É uma sandália azul acolchoada que virou meme e foi comparada ao formato de uma bexiga de festa infantil nas redes sociais. Custa 270 reais. “O público em geral odiou, o que não me incomoda”, observa a estilista. “Mas percebi pelo alcance quanto as pessoas querem eliminar o que é diferente. Não gosto de estampa de oncinha e nem por isso quero extingui-la.”
Roupa de dormir para sair
O neto mais famoso de Silvio Santos, Tiago Abravanel tem levantado a importância de marcas olharem para corpos gordos com o mesmo interesse criativo que pensam modelos para quem está dentro de um dito padrão estético. “Desde pequeno, ele tinha dificuldade de achar coisas legais no Brasil e já precisava usar pijama de adulto”, conta Vivian Abravanel, irmã do ator e sócia da T_Jama, grife que vende peças estilosas para dormir (a partir de 99 reais) pelo site e em um showroom com hora marcada na região da Saúde (☎ 94218-2059).
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Entre as opções da marca escolhidas pelo artista para vestir no reality, muitas ainda são inéditas e serão vendidas no site nos próximos meses, como o conjunto Raiar (foto). “A ideia é que todos sejam bem exclusivos, com no máximo 150 peças por modelo, em tamanhos que vão do PP ao 5G”, completa a outra irmã, Ligia Abravanel. Tiago também levou para a casa seis conjuntos da Calma, de Kelly Elisa Kim e Adrien Gin Gold (Rua Girassol, 591, Vila Madalena ☎ 93088-0233).
Do Brás a Londres
A influenciadora digital paulistana Jade Picon, conhecida pelo patrimônio milionário, entrou na casa com um macacão de 1 300 reais (valor convertido da libra esterlina) da britânica Poster Girl. Ela também veste no BBB modelos de sua própria marca, a Jade² (jadejade.com.br), com jaquetas, bodies e moletons com preços que variam de 100 a 190 reais. Em sua mala, entraram ainda peças da Ginger, de Marina Ruy Barbosa, com loja no Shopping JK Iguatemi, assim como um body colorido de 55 reais, já esgotado, do site Shein, feito em colaboração com a artista filipina Pamela Madlangbayan.
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Na piscina, ao aparecer com um biquíni de crochê feito a mão, ajudou a impulsionar as vendas da Feline Beachwear. “Ela não é nossa parceira comercial, mas, para nós, foi maravilhoso, pensando na pandemia e no janeiro chuvoso”, afirma a empresária Lidiane Feline, que tem hoje clientes na fila de espera pelo conjunto, que sai a 379 reais. O modelo foi criado quando a fundadora ainda vendia as peças no bairro do Brás. Desde dezembro de 2021, ela mantém uma loja em um ponto mais, digamos, chique, na Rua Oscar Freire, 329.
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Publicado em VEJA São Paulo de 9 de fevereiro de 2022, edição nº 2775