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Balé a 60 metros de altura na Paulista é marco para companhia de dança

Grupo paulistano Cia. Base chega a 100 prédios utilizados como palco no domingo (10)

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 14 dez 2023, 19h19 - Publicado em 8 dez 2023, 06h00
Cia. Base: mais de 2 000 apresentações por todo o país (Cristiano Cimino/ Arquivo Cia Base/Divulgação)
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ATUALIZAÇÃO: A APRESENTAÇÃO DE DOMINGO (10) FOI CANCELADA DEVIDO A CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Mais do que dançar, as bailarinas precisam reaprender a manter o corpo ereto e a controlar a leveza dos movimentos enquanto saltam penduradas a dezenas de metros de altura. “É o corpo vertical”, explica o diretor artístico de movimento da Cia Base, Cristiano Cimino, 47. No domingo (10), o grupo estrearia um espetáculo no seu centésimo palco, um edifício de 60 metros de altura no número 867 da Avenida Paulista, cancelado devido a condições climáticas.

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Desde 2006, quando a companhia foi fundada, foram aproximadamente 2 000 apresentações em treze estados brasileiros, passando por prédios icônicos da capital paulista, como o Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, o Martinelli, também no Centro, e o Farol Santander, além de outros endereços pela cidade.

O grupo começou com Cimino. “Eu olhava os grafites nos prédios e pensava: isso pode ser um palco de dança”, lembra. A ideia veio após uma viagem do diretor para a França, quando viu um grupo performar na lateral de um pequeno edifício em Paris. A primeira apresentação foi no Sesc Pinheiros, em 2009, a 55 metros de altura. “Queremos sempre ir mais alto. Na dança vertical existe um combustível: o medo. Na terra, a bailarina está segura. Lá em cima, por mais que a gente ensaie, ele existe. Quanto mais alto, maiores as sensações”, conta Cimino. O recorde da Cia é uma construção de 290 metros em Balneário Camboriú, Santa Catarina.

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Os testes acontecem em lugares variados. O estúdio da vez fica na lateral de um edifício de 70 metros de altura na Rua 25 de Março, onde treinam semanalmente há oito meses. Nos espetáculos, as bailarinas, acompanhadas de uma trilha sonora, executam saltos, composições em grupo e brincam com as cordas, capas e outros elementos. As apresentações duram cerca de trinta minutos. “É preciso muita força para manter o corpo esticado e adotar a parede como chão. É como estar deitada com as costas apoiadas apenas em um banquinho”, explica a bailarina Débora Goldzveig, 36, que entrou na companhia no início do ano.

No próximo domingo, o espetáculo, que foi contratado por uma empresa de planos de saúde, será exibido a partir das 14 horas e se chama Devir: Um Voo Alto. “Teremos uma orquestra tocando ao vivo enquanto nos apresentamos. Terá desde Dingo Bell e Feliz Navidad até Rita Lee”, conta a bailarina Monika Diniz, 52, na Base desde 2015.

No total serão cinco bailarinas no alto no final de semana, mas ainda há mais atos pela capital paulista antes do fim do ano. “Estamos de 14 a 23 de dezembro no Edifício Matarazzo, sede da prefeitura. Serão dois shows, um às 19 horas e outro às 21 horas”, convida Cimino.

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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de dezembro de 2023, edição nº 2871

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