Um dos melhores presentes que Nathália Boralli, diagnosticada com autismo, ganhou de sua mãe na infância foi uma escola. “Nenhum colégio regular queria matriculá-la ou estava preparado para tê-la como aluna”, recorda a assistente social Eliana Boralli Mota, referindo-se à filha, que tem hoje 28 anos. Eliana começou improvisando dentro da própria casa uma sala de aula e contratou uma pedagoga para auxiliar no trabalho. A experiência deu origem ao Centro Educacional da Associação dos Amigos da Criança Autista Nathália Boralli.
Com mais de duas décadas de atividade, a iniciativa cresceu e virou uma escola oficialmente em 2010. A sede fica no Mandaqui, na Zona Norte. Ali, é feito o atendimento gratuito a crianças autistas e com síndrome de Asperger. Cerca de cinquenta estudantes, com idade a partir de 6 anos, frequentam o local, divididos em dois turnos diários. As atividades levam em conta as necessidades de aprendizagem: as orientações para executá-las, por exemplo, ficam expostas nas paredes, com diversos recursos visuais. “As crianças aprendem vendo, não ouvindo, e precisam saber de antemão tudo o que vão fazer no dia”, explica Eliana, que se tornou uma espécie de consultora sobre o assunto. Segundo ela, por ano, mais de 400 famílias de todo o país a procuram para pedir informação sobre o assunto. “Quero ajudar esses pais a conhecer melhor os filhos maravilhosos que têm”, diz.
Associação dos Amigos da Criança Autista. www.auma.org.br.