Todas as obras da exposição Ciclo foram feitas com objetos que encontramos no nosso dia a dia, tão banais como palitos de dente, copinhos plásticos e até absorventes internos. A inspiração veio dos trabalhos do francês Marcel Duchamp (1887-1968), artista pioneiro em transformar produtos industrializados em arte, que batizou de ready-mades.
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Logo na entrada do prédio do CCBB fica um enorme lustre que parece fazer parte da decoração do museu. Mas, ao olhar a luminária de perto, percebe-se que, em vez de cristais, a peça é composta de absorventes internos – mais de 20 000 deles. A Noiva é um trabalho da prestigiosa artista portuguesa Joana Vasconcelos. A criação fez tanto sucesso que ganhou o patrocínio de uma fabricante de absorventes.
A americana Petah Coyne apresenta uma peruca grisalha gigante confeccionada a partir de um material inusitado. Um trailer da década de 1950 foi reduzido a fios de aço até ficar com a aparência de cabelo.
No andar debaixo está Modelo para a Sobrevivência, de Julia Castagno. Para dar forma à ideia de que objetos insignificantes, como um palito de dente, podem ganhar força quando unidos em conjunto, ela passou três anos colando e amarrando os 100 000 palitinhos.
A partir da tecnologia de projeção mapeada, o espanhol Daniel Canogar dá vida a diversos tipos de lixo eletrônico, como calculadoras velhas, celulares, scanners e até um video game. Small Data está entre as mais populares peças da exposição.
Confira como funciona no vídeo abaixo:
Na mostra Ciclo, há ainda Disarm , uma orquestra musical feita de armas apreendidas pela polícia antinarcotráfico mexicana (assista ao vídeo aqui), uma banheira feita de lâmina de barbear, entre outras atrações. No dia 6 de setembro novas obras serão incorporadas à exposição como Gumhead, uma escultura feita para o público colar chicletes e uma maquete de São Paulo feita de balas e biscoitos que será devorada em uma performance.