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Alexandre Garcia se pronuncia após saída da CNN

Com polêmicas acumuladas em falas sobre a pandemia, ele afirma que não podia decepcionar aqueles que foram seus alunos ao longo dos anos

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h30 - Publicado em 27 set 2021, 15h28
A imagem apresenta Garcia, em frente ao logo da CNN, com uma roupa social e sorrindo para a câmera
Alexandre Garcia posa em frente ao logo da CNN (CNN/Divulgação)
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O jornalista Alexandre Garcia se pronunciou, na noite de domingo (26), sobre a sua demissão da CNN Brasil. Na sexta-feira (24), a emissora rescindiu contrato após Garcia defender novamente o tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso de medicamentos com ineficácia comprovada para a doença. Ele era comentarista do quadro Liberdade de Opinião, do programa Novo Dia, e essa não foi a primeira vez em que uma fala sua foi corrigida no ar, logo em seguida, na programação do canal.

Em vídeo publicado no seu canal no YouTube, Alexandre Garcia leu a nota da CNN Brasil sobre a sua demissão e, após terminar a leitura, olhou para a câmera, ficou em silêncio por alguns segundos e disse “pois é”. 

Em seguida, o jornalista afirmou que, no programa da sexta (26), foi perguntado a respeito dos assuntos CPI da Covid, vacinação e tratamento, e que não podia “decepcionar aqueles que foram meus alunos ao longo de todos esses anos”. No vídeo, entretanto, Garcia não falou especificamente do tratamento precoce, que foi o motivo de sua demissão nesta sexta (24).

Em um momento, Garcia defendeu o posicionamento que tomou na CNN, diversas vezes criticado por conter informações distorcidas ou enganosas. “Se eu digo uma coisa, eu tenho que praticar. E eu tenho dito: pensem com a sua cabeça, não aluguem a sua cabeça, não deixem que seu cérebro seja abduzido, não permitam que professores façam uma lavagem cerebral em você, não permita que o medo dos seus colegas faça com que você se encolha”, disse. “Você pode até me contrariar, é o normal. O que não pode ser normal é que a pessoa seja um rebanho, acéfalo, sem pensamento”, completou.

Alexandre Garcia também agradeceu, no início do vídeo, pelos novos inscritos que tem ganhado desde sua saída da CNN. De acordo com a plataforma Socialblade, o jornalista ganhou cerca de 220 mil novos seguidores no YouTube. Agora, ele tem 2,21 milhões de inscritos em seu canal.

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Desmentido ao vivo

Alexandre Garcia foi demitido horas depois de afirmar, na manhã de sexta-feira (24), que “remédios sem eficácia comprovada [contra a Covid-19] salvaram milhares de vidas”. O comentário foi feito enquanto ele falava das denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior, alvo de investigações do Ministério Público, da Polícia Civil e da CPI da Covid. Segundo investigações, a empresa supostamente pressionou seus médicos conveniados a tratar pacientes com substâncias do “kit Covid“, como a cloroquina e ivermectina.

Ao final do quadro que Garcia comentava, a apresentadora Elisa Veeck o desmentiu: “A CNN ressalta que não existe um tratamento precoce comprovado cientificamente para prevenir a Covid-19. O que a ciência mostra é que a prevenção, com o uso de máscaras e a vacinação, são as únicas maneiras de combater a pandemia”, disse. Veeck também reforçou que as opiniões dos comentaristas não refletiam a posição da emissora.

Em nota após a demissão, a emissora disse que “a CNN Brasil reforça seu compromisso com os fatos e a pluralidade de opiniões, pilares da democracia e do bom jornalismo”. A nota também afirma que o quadro Liberdade de Opinião continuará no ar, mas seu substituto ainda não foi confirmado.

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Esta não foi a primeira vez que Garcia foi desmentido no ar. Em maio, ele ameaçou deixar a emissora após se revoltar com pergunta ao vivo de seu colega Rafael Colombo a respeito das medidas de restrição de circulação tomadas por governadores e prefeitos para o combate à pandemia. No dia 19 de agosto, ele afirmou durante o programa que jovens não precisariam tomar vacina contra Covid. Minutos após finalizar, Elisa Veeck leu um comunicado dizendo que procurou o infectologista Renato Kfouri para esclarecer o tema.

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