Durante o dia, quem passa em frente ao número 448 da Rua Ada Negri, em Santo Amaro, na Zona Sul, nem imagina que o galpão de tijolinhos pichados que antes abrigava uma fábrica de roupas agora funciona como uma nova atração de terror à noite.
Inaugurado em dezembro do ano passado, o Abadom — Manicômio Esquecido (@abadomsp) é uma mistura de casa mal-assombrada, escape room e teatro interativo. Ao chegar ao portão do edifício, um funcionário na guarita indica uma escadaria que leva à recepção. Lá, é preciso assinar um termo de responsabilidade, colocar os pertences em um baú — incluindo celulares, é proibido tirar fotos — e passar por um detector de metais antes de participar da brincadeira.
Um guia de macacão segurando um molho de chaves lidera grupos pequenos de até oito pessoas por corredores escuros até uma biblioteca antiga e empoeirada, onde narra-se a história: o manicômio foi abandonado em 1970 e muitos internos ainda estão lá. Os visitantes precisam passar por mais onze cômodos, a maioria com personagens enclausurados, e escapar dali.
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“A criança fantasia com princesas e super-heróis. O lúdico do adulto é o terror”, afirma Cadu Dib, um dos quatro sócios do negócio, que já idealizou diversas atrações imersivas e escape rooms com temática do horror pela cidade.
Os atores do Abadom são treinados, fantasiados e maquiados para parecer e agir como personagens clássicos dos filmes de terror. Eles não têm permissão para tocar nos participantes, que podem desistir da experiência a qualquer momento.
Há, por exemplo, uma cela, um laboratório para experimentos humanos e uma sala com cadeira elétrica, todos iluminados com luz baixa, com paredes riscadas e manchadas de sangue. Até o cheiro de cada ambiente foi planejado para remeter a um lugar antigo e abandonado.
De acordo com Cadu, os móveis do cenário, garimpados, são originais dos anos 50 a 80. Todo o percurso é equipado com câmeras de monitoramento e há uma equipe de profissionais à disposição para eventuais emergências. O uso de máscara é obrigatório. A experiência dura cerca de 25 minutos e custa 60 reais por pessoa.
O local funciona de quinta a terça, das 19h às 23h, e as reservas são feitas no site abadom.webflow.io. A idade mínima recomendada para participar é de 16 anos.
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Quem consegue ficar até o fim do passeio pode agendar a ida para outra atração, o Nível 3, com inauguração oficial prevista para março deste ano. O ponto de encontro é o mesmo endereço e uma van leva os interessados para outro local, que não é divulgado, a quinze minutos dali.
À Vejinha, Cadu conta que o desafio da experiência é passar por sete salas durante pouco mais de uma hora, mas dessa vez os personagens podem tocar nos participantes e tentar impedi-los de avançar no jogo. Confira algumas fotos da decoração:
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Publicado em VEJA São Paulo de 2 de fevereiro de 2022, edição nº 2774