A Fundação Bienal de São Paulo anunciou nesta semana as primeiras novidades da sua próxima edição, que acontece entre de 10 de setembro e 12 de dezembro de 2016. Intitulada Incerteza Viva, a 32ª Bienal de São Paulo – a mais importante do mundo depois da Bienal de Veneza – parte do pressuposto de que a arte contemporânea, assim como o mundo, é feita de dúvidas, especulações e improvisos.
Com o título, a Bienal pretende deixar claro que a arte é o lugar para acolher, discutir e até alimentar estas incertezas. Para o curador da próxima edição, o alemão Jochen Volz, o nome refere-se às possibilidades da arte que ” tenta contar o incontrolável e mensurar o imensurável”. Historiador da arte alemão, Voltz é também curador do Instituto Inhotim, museu de arte contemporânea à céu aberto, em Brumadinho, Minas Gerais.
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Ele anunciou uma lista de 54 artistas e coletivos participantes do evento. O número representa apenas uma parte do grupo final que chega a noventa: numa seleção propositalmente jovem, a maioria deles nasceu a partir dos anos 70.
Desta primeira leva, treze são os artistas brasileiros: Bárbara Wagner (DF), Bené Fonteles (PA), Cristiano Lenhardt (RE), Erika Verzutti (SP), Gilvan Samico (RE), Jorge Mena Barreto (SP), José Bento (BA), Lais Myrrha (MG), o coletivo OPAVIRARÀ! (RJ), Öyvind Fahlström (nascido em São Paulo e radicado em Estocolmo), Vídeo das Aldeias (RE), Vivian Caccuri (SP) e Wilma Martins (MG).
Grandes nomes de outros paíseis são os argentinos Eduardo Navarro e Víctor Grippo e o belga Francis Alÿs. Quanto ao orçamento, estima-se que será no valor de 30 milhões de reais.
A exposição pretende tratar de assuntos ligados a ecologia, cosmologia e inteligência ambiental a partir de quatro cidades principais selecionadas pela equipe curatorial: Santiago, no Chile, que tem uma forte relação com a cosmologia, ciência que estuda a estrutura e evolução do universo. Acra, capital do Gana, representa questões relacionadas a construção da cultura, a partir da acumulação de tempos, sonhos e projeções. A Amazônia Peruana representa as conexões entre o homem e a natureza e, por fim, Cuiabá, localizada no cerrado brasileiro, para relacionar discussões acerca da extinção e preservação.
Até maio de 2016 pesquisadores, artistas e pensadores serão enviados pela Bienal para esses locais com o intuito de realizar discussões sobre as temáticas. Em junho, em São Paulo, a primeira ação educativa da mostra será um passeio sobre os resultados colhidos nas quatro experiências.