Em uma pesquisa recente com os mais de 260 milhões de usuários do site de viagens TripAdvisor, o Ibirapuera foi eleito o melhor parque da América do Sul, com base nas avaliações realizadas pelo público (em segundo lugar, ficou o Parque General San Martín, em Mendoza, na Argentina). A maioria dos frequentadores dessa área verde da Zona Sul certamente aprova o resultado.
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Em um fim de semana ensolarado, poucos programas na capital são tão agradáveis quanto ir até lá para jogar basquete em uma de suas sete quadras, correr na pista de cooper com 1 500 metros de extensão ou beber água de coco sentado debaixo de uma árvore, observando o movimento colorido de pessoas de todos os tipos e idades. Agora, desde que a prefeitura ordenou em 28 de setembro a abertura dos portões por 24 horas aos sábados e domingos, os paulistanos estão tendo a oportunidade de desfrutar o parque durante a madrugada.
Ao contrário do barulho e da frenética movimentação que ocorrem ao longo do dia, suas noites são bastante calmas. Essa tranquilidade é interrompida apenas por sons de viola de grupos que se reúnem para cantar à beira do lago e pelo som de espécies de pássaros noturnos.
Nesse período, o Ibirapuera tem recebido cerca de 5 000 pessoas nos fins de semana, bem abaixo das 300 000 do horário diurno. Esse número de notívagos, na base da propaganda boca a boca de gente que gostou da experiência de curtir o lado escuro do parque, tem crescido muito nas últimas semanas. “Dá para aproveitar bastante, pois o clima fica bem mais calmo”, afirmou o gestor de TI Leonardo Oliveira por volta da 1h30 do último domingo (10). Em companhia da atriz Aline Coutt, ele foi até lá para andar de patins sem esbarrar em outros esportistas, algo comum na muvuca matinal. Bem iluminados, espaços como a marquise, o entorno do lago e trechos da ciclovia estão entre os points mais procurados por grupos de adolescentes, skatistas e até famílias com crianças. O pico de movimento ocorre por volta da meia-noite.
A administração do Ibirapuera fez algumas adaptações para garantir o funcionamento e a segurança. Fica aberto ao público apenas um terço da área total de 1,5 milhão de metros quadrados. O efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) mais que dobrou (veja o quadro abaixo).
“Queremos atingir pessoas que já nos visitam durante o dia, com toda a segurança possível”, diz Lincoln Yoda, administrador do Ibirapuera. As ocorrências têm sido raras. Desde setembro foram registradas apenas seis na madrugada, envolvendo tentativa de furto e pichação.
A vizinhança, que era contra o funcionamento do parque no período alternativo, não tem maiores queixas até agora. “Somos a favor da abertura, desde que ela não prejudique nosso bairro”, afirma Otávio Villares de Freitas, presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia. Para quem procura o Ibirapuera para praticar esportes, a prefeitura contratou quatro instrutores, que ficam de plantão durante a madrugada. Eles, porém, permanecem ociosos na maior parte do tempo. As quadras fechadas e a ausência do serviço de aluguel de bicicletas à noite ajudam a explicar a falta de trabalho da equipe.
Outro ponto a ser melhorado é o estacionamento. É permitido parar o carro dentro do parque só até as 22 horas. Depois disso, o acesso fica liberado apenas a pedestres pelos portões 2 e 10. “Como é uma experiência ainda muito recente, estamos monitorando o serviço para fazer melhorias no que for necessário”, explica o administrador Yoda. Os frequentadores esperam que elas venham logo.
Mudança de perfl
Algumas diferenças entre o expediente diurno e o noturno:
› Espaço
- Dia – 1,5 milhão de metros quadrados
- Noite – 500 000 metros quadrados
› Frequência nos fins de semana
- Dia – 300 000 pessoas
- Noite – 5 000 pessoas
› Segurança
- Dia – 47 guardas
- Noite – 115 guardas