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OLÁ,

“O bom perfume nasce de bons ingredientes e um bom nariz”, diz diretora da Kenzo

Em rápida passagem por São Paulo, Patricia Tranvouez, à frente da Kenzo Parfums, falou da consumidora brasileira, dos negócios da marca e da arte de fazer fragrâncias

Por Carolina Romanini
Atualizado em 5 dez 2016, 15h00 - Publicado em 29 mar 2014, 13h04
KENZO - FLOWER BY KENZO e FLOWER IN THE AIR
KENZO - FLOWER BY KENZO e FLOWER IN THE AIR (Divulgação/)
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A francesa Patricia Tranvouez já passou por empresas como a Unilever, Sephora e, desde 2010, ocupa o posto de diretora-geral da Kenzo Parfums. À frente da marca, participa da concepção de novas fragrâncias, negocia a distribuição de seus produtos para o mundo inteiro e estuda com delicadeza e atenção os hábitos de suas consumidoras.

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Em breve passagem por São Paulo na última semana, falou à reportagem sobre os lançamentos da marca, os cases de sucesso e a arte de criar perfumes. “O primeiro passo para criar um bom perfume é ter matéria prima de qualidade e um bom nariz”, disse.

Abaixo, a entrevista na íntegra:

Você tem visitado algumas lojas em São Paulo para observar os hábitos da consumidora brasileira. O que mais lhe chamou atenção a nosso respeito?

O ambiente de compra no Brasil está mais sofisticado, as lojas estão maiores e mais modernas. Também notei que, em plena segunda-feira, as lojas estavam movimentadas, com bastante gente comprando. Mas entre uma visita e outra não deu pra deixar de notar o trânsito. O lema da Kenzo é deixar a vida mais bonita e esse trânsito é um grande desafio para nós nesse sentido.

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Há dois anos você esteve em São Paulo para o lançamento do perfume Flower Tag. Notou alguma mudança no nosso mercado de beleza desde então?

Notei que esse mercado evoluiu muito rapidamente, inclusive para a nossa marca. O lançamento de Flower Tag há dois anos foi ótimo, mas no ano passado lançamos também aqui o Flower in the Air, que representou um sucesso ainda maior. Eu vejo que as pessoas estão comprando mais e com mais segurança, o que pra nós é ótimo. Acho que finalmente criamos um laço com o consumidor brasileiro.

Diante das boas vendas, acha que hoje a Kenzo já sabe exatamente o que a consumidora brasileira quer?

Não e seria muito pretencioso da minha parte dizer o contrário. Se já soubéssemos exatamente do que um determinado público gosta, seríamos os donos do mundo e não teríamos concorrência. Os perfumes apelam diretamente às emoções e, felizmente ou infelizmente, as pessoas vivem emoções diferentes o tempo todo. Seria horrível entrar em uma sala e encontrar quatro mulheres usando o mesmo perfume, esse não seria um ambiente feliz. O grande segredo não é descobrir a fórmula mágica do perfume que agrada a todos, mas continuar criando fragrâncias que tenham um apelo emocional para um determinado grupo de pessoas em um determinado momento da vida. 

Flower by Kenzo é um case de sucesso no mundo dos perfumes e até hoje é o mais vendido da marca. 

Existem algumas características bem especiais a respeito deste perfume. Primeiramente, sua fórmula é muito rica e exigiu matérias-primas sofisticadas. A fragrância é mesmo muito bem elaborada. O segundo diferencial do perfume é a embalagem, que virou um objeto de design. As pessoas guardam o frasco mesmo depois que a fragrância acaba. É, de fato, uma combinação única e cheia de personalidade. 

 

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Flower in the Air é o segundo perfume desta linha. A marca tem planos de lançar mais produtos com essa inspiração?

Sim, queremos continuar a história de Flower by Kenzo. A ideia do Flower in the Air foi exatamente revisitar essa mágica do primeiro perfume e essa continua sendo a nossa missão. No ano que vem teremos novidades nessa linha.

Este ano também tem lançamento de perfume, certo?

Sim. Ele conta uma nova história de amor. Para desenvolvê-lo, convidamos dois perfumistas, um homem e uma mulher, porque só se vive um amor com duas pessoas. Mas isso é tudo o que posso contar.

O Brasil figura entre os dez principais consumidores da Kenzo no mundo. Existe algum plano de trazer uma loja da marca para cá?

Não. No momento não faz parte dos nossos planos abrir uma loja de roupas da Kenzo por aqui. Nesse sentido, estamos traçando nossas metas com muito cuidado. Terminamos recentemente a nossa expansão na Europa e estamos atualmente chegando à Ásia. Nossos olhos estão todos voltados para o outro lado do planeta neste momento.

Acha que o brasileiro se perfuma demais? A maneira como usamos perfume é diferente da prática de outras culturas?

As mulheres brasileiras usam bastante perfume, como na França. Noto que existe uma cultura de perfume no Brasil, as mulheres aqui gostam e entendem de perfume. É diferente das mulheres nos Estados Unidos, por exemplo, que deixam as fragrâncias mais marcantes para usar à noite, em ocasiões especiais. Já na Ásia, por exemplo, as mulheres não usam perfume, ou usam muito pouco pois não querem atrair atenção. Então as brasileiras se assemelham mais às europeias na maneira como usam o perfume.

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Como você vê a importância da tecnologia na elaboração de perfumes?

O mais importante na hora de elaborar um bom perfume é ter boas matérias-primas e um bom nariz. A tecnologia acontece depois disso, na maneira como o aroma é extraído da flor ou folha para determinada receita. Ela também nos permite fabricar milhões e milhões de frascos em pouco tempo. Mas sem os dois primeiros elementos não tem perfume.

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