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OLÁ,

Cabeleireiros emergentes ganham espaço na cidade

Conheça os novos talentos que estão disputando a clientela mais estrelada

Por Cristiane Bomfim
Atualizado em 1 jun 2017, 18h05 - Publicado em 11 out 2012, 23h03
Luciana Alvarez
Luciana Alvarez (Fernando Moraes/)
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O Vimax Art Hair Beauty, no Shopping Vila Olímpia, tem preços à altura do nome pretensioso. Ali, cobram-se 290 reais por um corte de cabelo e 68 reais  pelo serviço de manicure e pedicure, valores que chamam atenção mesmo no mercado que ficou inflacionado por concentrar alguns dos cabeleireiros mais badalados do país. Apesar de caro, o salão, com uma área de 600 metros quadrados, atende cerca de 1.300 pessoas por mês. Boa parte delas procura pelo angolano Viktor Gonçalves, de 39 anos, proprietário e grande estrela do estabelecimento. Viktor I, como ele é mais conhecido (apelido de infância, por ser filho único), chegou ao país há duas décadas e montou seu primeiro negócio em Curitiba.

Em janeiro de 2010, resolveu abrir em São Paulo uma filial. A coisa começou a decolar conforme a fama do dono foi se espalhando por aqui. Além de muito requisitado para cuidar do look de modelos como a top Gisele Bündchen, Viktor I atua como consultor de produtos para cabelos de O Boticário. “Estou contente com o movimento, mas mereço mais”, diz ele, já quase sem o sotaque do português falado em Angola. “Estudei para isso e quero conquistar reconhecimento. Gosto de aplausos.”

+ Leia mais: Nos salões de beleza paulistanos, a tesoura é um detalhe

Viktor I faz parte da nova safra de emergentes das tesouras, profissionais que estão investindo em grandes salões para tentar fazer frente a nomes como Celso Kamura, Marco Antônio de Biaggi e Wanderley Nunes. Estima-se que na capital existam mais de 30.000 salões de beleza e pelo menos 240.000 profissionais atuando na área (entre cabeleireiros, manicures e esteticistas), segundo estimativas da Associação Brasileira dos Salões de Beleza.

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Apesar dos números impressionantes, o mercado não está saturado, principalmente no segmento mais sofisticado, com serviços e atendimento exclusivos. “As pessoas hoje querem glamour, e alguns nomes ganham destaque por virarem grifes do setor”, afirma José Augusto Santos, diretor da entidade. Uma das especialistas em alta atende na Vila Madalena, na Zona Oeste. Trata-se de Luciana Alvarez, de 43 anos, dona do Scenário. Na semana passada, entre outras clientes, atendeu por lá a atriz Vanessa Giácomo. Ela estava com cabelos curtos e saiu com madeixas longas,  obtidas graças a uma técnica mais avançada de aplique chamada Great Lengths.

Com o fim das gravações da novela Gabriela, na qual interpretou a moderninha Malvina, a artista quis mudar o visual. “Gosto muito da Luciana e não arrisco outra profissional”, conta. Um tratamento do tipo custa cerca de 4.000 reais e pode demorar cerca de duas horas. Quando trabalhava de empregada no salão de sua sogra, também na Vila Madalena, a cabeleireira diz ter sido a pioneira na capital a utilizar esse processo, em 2001,  e se tornou a representante da empresa inglesa que criou a técnica.

O sucesso a motivou a abrir o próprio ponto no ano seguinte. Seu salão recebe atualmente cerca de 2.600 clientes por mês. “Quero agora ser reconhecida também por outras habilidades”, afirma Luciana, que cobra 150 reais por um corte de cabelo. A competição das novas estrelas com os antigos craques já rendeu algumas boas tesouradas. Um dos episódios mais comentados envolveu a saída de Eron Araújo da equipe do Studio W, de Wanderley Nunes. Em dezembro do ano passado, o ex-empregado virou patrão, com a abertura do Blend, no Itaim. Na época, Eron afirmou que era o maior responsável pelo faturamento do Studio W e reclamou de problemas de infraestrutura no local, como um banheiro quebrado. Wanderley, por sua vez,  disse que o ex-funcionário  dava constantes chiliques na frente das clientes.

Eron Araújo
Eron Araújo ()

O Blend, que começou em meio a essa polêmica, engrenou rápido. Entre suas frequentadoras estão nomes como a blogueira Lala Rudge, a cantora Zizi Possi e a apresentadora Cynthia Benini. “Respeito muito quem vem para cá e levo em conta o estilo de vida e a personalidade de cada uma antes de fazer qualquer mudança no visual”, afirma Eron, que recebe 2.500 visitas por mês no seu endereço. Segundo ele, as rusgas com o ex-patrão estão superadas. “Respeito muito o trabalho dele”, jura. O dono do Studio W devolve a gentileza. “Eron é um artista”, afirma o cabeleireiro, que muda logo de assunto, preferindo se estender em elogios mais entusiasmados ao angolano Viktor I. “Tem tudo para repetir por aqui o sucesso do Paraná”, afirma. “Ele é o Wanderley Nunes de Curitiba.” Como se vê, os emergentes da tesoura tiveram em quem se inspirar na falta de modéstia.

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