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Da compra digital a uma feira virtual, passando pela exibição em iPad, a tecnologia amplia o acesso e os formatos das obras de arte

Por Flávia Galembeck
Atualizado em 5 dez 2016, 16h38 - Publicado em 10 nov 2012, 00h00
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  • A última grande revolução nos leilões de arte ocorreu nos anos 60, quando as ligações telefônicas começaram a fazer parte dos pregões. Agora, o mercado passa por mais um chacoalhão, graças ao mundo digital. Basta ver o que acontece com os dois gigantes do universo dos pregões, a Sotheby’s e a Christie’s. Até 2009, a participação de internautas-compradores na Sotheby’s se restringia a lotes de vinho, mas hoje há até um software para iPad — e a mais nova é disponibilizar os catálogos no tablet. A Christie’s aposta na plataforma on-line desde 2006. No ano passado, promoveu a primeira comercialização exclusivamente pela internet: ofereceu cerca de 1 000 itens da atriz Elizabeth Taylor e arrecadou 9,5 milhões de dólares. A empresa comemora seus investimentos em e-commerce: a plataforma já responde por 29% das vendas e é uma das principais maneiras de captação de clientes. “Planejamos replicar esse modelo em breve”, diz Michael O’Neal, diretor de mídia digital da casa de leilão inglesa.

    Era uma questão de tempo, portanto, para que algumas feiras de arte virassem virtuais. “Nem os galeristas nem os colecionadores podem viajar doze meses por ano para ir aos eventos”, diz Jane Cohan, da galeria James Cohan, de Nova York. Em 2011, o casal criou a VIP Art Fair, a primeira feira de arte contemporânea on-line — o nome deriva da expressão viewing in private (vendo de forma privada, em tradução livre). Na edição inaugural, o servidor saiu do ar, mas a perspectiva de acessar mais colecionadores, curadores e formadores de opinião fez com que boa parte das 139 galerias presentes na primeira edição repetisse a experiência em fevereiro deste ano, quando a feira reuniu 135 galerias, de 35 países — oito brasileiras. “A feira virtual não proporciona o contato físico com a obra, mas tivemos um comprador, que não conhecíamos, que adquiriu uma fotografia de Marcos Chaves de 5 metros sem tê-la visto pessoalmente”, conta Alexandre Roesler, da Nara Roesler, uma das galerias mais importantes de São Paulo. Nada se compara, no entanto, à iniciativa do site britânico s[edition]: projetar em plataformas digitais obras de artistas como os ingleses Tracey Emin e Damien Hirst, feitas exclusivamente para a rede e com edição limitada e numerada. Foi a sacada para saciar a vontade de exibir, a custo mínimo (de 16 a 3 200 reais, em média), autores cujas obras superam milhões de euros.

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