Água, farinha de trigo e fermento. Esses são os ingredientes para preparar o bao, gua bao ou bun, pãozinho de origem oriental comum na China, no Japão, na Coreia e, principalmente, nas ruas de Taiwan. Com formato que lembra uma meia-lua e aparência pálida pelo cozimento no vapor, ele recebe normalmente o recheio de carne de porco.
Aqui na capital, o lanchinho desembarcou com esse e novos sabores — cogumelos, frango e merluza — e vem fazendo sucesso. O petisco custa entre 14 e 38 reais.
Embora tenha berço oriental, foi em Nova York, mais especificamente no Momofuku Noodle Bar, do badalado chef David Chang, que a receita se popularizou. Aqui na metrópole, o pãozinho ganhou espaço em endereços asiáticos, entre eles o Tian, no Itaim, o Mica e o Chá Yê!, em Pinheiros, e os japoneses Kosushi, no Itaim, e UN, nos Jardins.
Dedicado à novidade, o taiwanês Petiscos do Tigrão, na Liberdade, prepara a pedida, ali chamada de gua bao, também frita. Até no Bar da Dona Onça, famoso pela cozinha brasileira, há uma versão com frango frito, maionese de urucum e picles de repolho-roxo.
Com o aumento do consumo, a Bao Hut, empresa que fornece pães para os sanduíches servidos no concorrido Tan Tan Noodle Bar, em Pinheiros, e no premiado izakaya Hirá Ramen, na Vila Madalena, multiplicou sua produção em dois anos. “Inicialmente, fabricávamos 300 unidades por semana; hoje, são até 3 000”, afirma um dos sócios, Rafael Kodato.
Os chefs comemoram a aprovação dos clientes. “Nossa venda de buns triplicou”, diz Daniel Parolin Hirata, sócio e chef do Hirá, inaugurado em 2015.