Muito antes de o brasileiro pensar em cartas especializadas em saquê, as caipirinhas já faziam sucesso por aqui. Não raro os especialistas colocam o drinque como um dos responsáveis pela popularização do fermentado de arroz no país. “A caipirinha despertou o interesse do público pela bebida”, afirma Yasmin Yonashiro, sommelière especializada. “A partir daí as pessoas começaram a perceber que existem diferentes tipos e categorias de saquê.”
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Apesar da grande variedade de rótulos disponíveis no mercado — o Brasil importa muitas garrafas do Japão e dos EUA, produzidas na Califórnia —, por uma questão financeira, os saquês menos sofisticados e os nacionais são os mais utilizados no preparo das caipirinhas. Independentemente da marca (e do preço), o especialista Celso Norio Ishiy recomenda os do tipo Honjozo, aqueles com álcool destilado acrescido à bebida. “O sabor fica mais parecido com o da caipirinha original, feita de cachaça.” Na hora de escolher, vale pesar também o custo-benefício. Investir em um saquê superpremium para fazer o drinque pode ser um desperdício de sabores e aromas. “Quando misturado à fruta, o saquê tende a perder suas propriedades básicas. Mas, por outro lado, a dor de cabeça no dia seguinte será menor”, diverte-se Ishiy.
TRÊS DICAS PARA ACERTAR NO DRINQUE
■ Equilíbrio: uma saquerinha bem executada preza pelo equilíbrio dos ingredientes. É preciso sentir o gosto tanto da bebida quanto da fruta.
■ Sinal vermelho para o limão: diferente da tradicional caipirinha brasileira, a versão oriental não combina com limão. “Ao ser macerado, ele libera um amargor muito forte que não harmoniza com o saquê”, explica Yasmin. Prefira sabores como lichia, frutas vermelhas, kiwi e morango.
■ Misturar ou bater? O barman Marcelo Serrano recomenda misturar a saquerinha com uma colher em vez de bater a mistura em uma coqueteleira com gelo. Assim, o drinque fica menos aguado. “Como o saquê já é muito suave, o ideal é que os sabores da bebida e da fruta fiquem mais concentrados”, diz.