Hugo Rocco, 28, passava uma temporada como chef de cozinha em Londres, em 2008, quando viu sua paixão por café se transformar em possibilidade de negócio. Naquele ano, compartilhou com seu colega de quarto, um barista australiano, um serviço de assinatura de cafés especiais.
“Voltei para cá no ano seguinte com essa ideia na cabeça”, lembra o analista de sistema paranaense, que lançou em agosto de 2012 uma versão nacional desse serviço, o Moka Clube, ao lado de dois amigos da época de colégio, o administrador curitibano Gregorio Amadigi, 28, e o designer paulista Rafael Bassetto, 28.
“É como assinar uma revista”, simplifica Rocco, que se formou barista e hoje faz um curso básico de torra. Todo mês, por R$ 29,90, o assinante recebe em casa um saquinho de 250 gramas do produto fresco e recém-torrado –em grãos ou moído, à escolha. A seleção é feita pelo próprio trio, que percorre fazendas Brasil afora à caça de grãos de qualidade. Neste mês, por exemplo, os integrantes do clube apreciam o café do Fazenda João Altoe, localizada no Espírito Santo. No próximo mês, o sabor de outra fazenda será explorado pelos “coffee lovers” da turma.
“No Brasil não existia muito essa cultura de pagar por um produto gourmet”, pontua Rocco, que embarcou na popularização da cultura do vinho e da cerveja para se inserir nesse mercado. “Lá fora todo mundo é louco por café brasileiro e aqui as pessoas continuam tomando as marcas populares das prateleiras [de supermercado]”, acrescenta, esclarecendo que a missão do Moka é valorizar o que é feito em solo nacional. “Na embalagem, o nome da fazenda é até maior que o nosso logo.”
No boca a boca, o clube cresceu e reúne atualmente mais de 150 assinantes, sendo que 20% deles se concentram em São Paulo, uma das principais regiões produtoras do país. Em Curitiba, as caixinhas são entregues de bicicleta. No resto do país, ela é enviada pelo correio.
O Moka, segundo seus criadores, não é um clube para “os entendidos de café”, mas para quem se interessa por esse universo e deseja saborear uma bebida de qualidade sentado no sofá ou na mesa de trabalho. Na embalagem, é possível encontrar, inclusive, todos os detalhes do método de produção e do tipo de torra. “Não queremos competir com ninguém. Incentivamos as pessoas a visitar as cafeterias e ensinamos a preparar o café em casa”, afirma Rocco.
Apesar de contribuir para a democratização do consumo do café especial, o trio de “coffee hunters” (caçadores de café) também quer preservar a exclusividade: “Por enquanto não vamos abrir uma café ou uma loja física, não queremos que as pessoas encontrem nas prateleiras o mesmo produto que mandamos para elas em casa.”
Para assinar o Moka Clube, acesse: www.mokaclube.com.br.
FIEL AO SABOR
Dicas de preparo para extrair do café o seu melhor gosto:
- Utilizar a melhor água que puder encontrar
- Se possível, moer o café na hora
- Escaldar os equipamentos que irão ter contato com o pó ou com a bebida, como porta-filtro, filtro, xícara ou garrafa térmica
- Antes de passar o café, fazer uma pré-infusão ou dar aquela molhadinha no pó, assim a água passará por ele uniformemente.
A ESCOLHA CERTA
Como escolher um produto de qualidade observando a embalagem:
- Todo café especial possui grãos 100% arábica
- É importante saber qual a procedência do café, por meio do nome da fazenda e de seu produtor
- A data em que o grão foi torrado deve estar explícita, pois, com o passar dos dias, o café se degrada e os aromas diminuem com o tempo. Dependendo da embalagem, trinta dias é a data limite
- A embalagem deve ter uma espessura que evite o contato do grão ou do pó com a luz, pois evitará a oxidação que deixa amargo o sabor do café. Se a embalagem contiver uma válvula, melhor ainda.
Para mais informações: www.mokaclube.com.br/blog