Nesta semana, uma notícia especial movimentou o universo do rap nacional. Trata-se do retorno do SP Funk, grupo precursor do hip hop paulista que entrou em hiato dezesseis anos atrás.
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Formado em 1995 originalmente por Mr. Bomba, Tio Fresh, Maionezi — que atualmente mora na Irlanda — e DJ QAP — que faleceu em agosto deste ano, vítima de um câncer —, o conjunto fez história com o disco de estreia O Lado B do Hip-Hop (2001), que inspirou uma geração de rappers nacionais.
Faixas como Enxame, com participação de Sabotage, e Viaje impulsionaram a carreira do quarteto, que completou a discografia com Tá Pra Nóiz (2006), que inclui parcerias com Negra Li e Mr. Catra.
“A gente fala que é a volta porque é a retomada dos lançamentos. A gente nunca parou de compor e de acompanhar a cena”, explica Marcelo Menezes, o Mr. Bomba. A nova fase é inaugurada pelo single Por Acaso, com participação de Mc Jota, Neg e Rappin Hood, antecedendo o novo disco, Fita Demo, previsto para 2023.
“Esse período todo serviu para a gente se atualizar, e hoje acreditamos que temos um material à altura da nossa discografia”, afirma Marcelo. “A saída do Maionezi e a morte do DJ QAP só serviram para a gente ver que o sonho e a vontade continuava ali, então eu e o Fresh decidimos que era a hora”, completou.
Mr. Bomba também comenta sobre as transformações da cena musical brasileira das últimas décadas. “Quando a gente começou, o funk de São Paulo era o hip hop. Os cariocas tinham o miami bass, que virou o funk carioca, e os paulistas tinham o rap. E são todos de um pai só: o funk original, do James Brown. Hoje estamos em um momento em que o trap está dominando e o funk está se misturando com tudo”, diz.
A nova sonoridade da dupla bebe da fonte da cena de trap e rap atual, buscando não soar ultrapassada. “Nós entendemos que o futuro está apontando para um som híbrido, mesclando vários estilos ao mesmo tempo. O SP Funk sempre teve um propósito de inovar: o nosso estilo é fazer algo novo e ousado”, sintetiza Marcelo.
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