Samuca e a Selva celebra dez anos de carreira com novo EP dançante
O grupo paulistano se apresenta em São Paulo no dia 19, na Casa Natura Musical; confira a entrevista com o vocalista Samuel Samuca

A banda Samuca e a Selva abre 2025 com um show na Casa Natura Musical, no dia 19, em mais uma edição do projeto Frequências, dividindo a noite com o grupo Abacaxepa.
O coletivo paulistano está celebrando os seus dez anos de carreira, completados em dezembro. O primeiro ato dessa comemoração foi o lançamento do EP Summer Love: O Verão dos Amantes (2024), uma viagem dançante com romance e sensualidade.
No repertório da apresentação, podem ser esperadas as quatro músicas novas — Jazida, A Gente Se Fez Gozar, Montinho e Amando do Amor —, além de outras faixas marcantes da carreira do grupo, como Detergente, do disco de estreia da banda, Madurar (2016).
Fundada na cidade de São Paulo, em 2014, a formação da banda conta com Victor Fão (trombone), Felippe Pipeta (trompete), Bio Bonato e Kiko Bonato (saxofones), Allan Spirandelli (guitarra), Léo Malagrino (contrabaixo), Gui Nakata (bateria), Matheus Prado (percussão), Carol Leão (teclado) e Samuel Samuca (voz).
Em dezembro, o grupo foi escolhido como um dos destaques do programa especial de fim de ano da rádio americana NPR, o Toast of the Nation 2025. Confira a seguir o papo com o vocalista Samuel Samuca.

5 perguntas para Samuel Samuca
Qual o significado desses 10 anos de carreira?
É uma efeméride que não é simples para nenhum artista que ousa se lançar no mercado da música. E acredito que tem um sabor ainda mais especial por sermos uma banda grande. A nossa essência sempre foi ser uma banda porreta, causar impacto sonoro, com riqueza nos arranjos e na poesia, fazendo as pessoas dançarem. Nós somos um coletivo, e você manter tanta gente sonhando por uma década, tem que ser celebrado. Vivemos uma era no país em que o artista tem sido cada vez menos valorizado, e no mundo inteiro as bandas estão acabando. Estamos vendo muitos hiatos e términos, mas poucos ousando seguir, então não tinha como não comemorar dessa maneira, falando de amor.
Como nasceu a safra das músicas de Summer Love: O Verão dos Amantes?
A gente queria abrir esse novo momento com um lançamento. E, na minha gaveta de composições, só tinha música romântica. E são todas pandêmicas, basicamente, canções que, obviamente, refletem carência, saudade, todos esses anseios que a gente tinha naquele momento terrível. E a galera gostou. Quando a gente entrou no estúdio pintou toda essa sonoridade, uma estética early 90s e final dos anos 80, tanto na parte musical quanto na estética visual.
Como vocês pensaram o repertório do show de 10 anos?
É sempre difícil agradar todo mundo, então o que a gente está tentando é, show a show, equilibrar um pouco as coisas para cada noite ser diferente. Em São Paulo, especificamente, a gente tenta sempre variar para valorizar quem vai em todo show, sabe? A única certeza é que as quatro do Summer Love vão estar no set. As outras, fica de surpresa para quem quiser assistir a gente no dia 19.
Qual a expectativa para 2025, terão outros lançamentos?
Esse é o ano para comemorar e botar a banda na estrada. O Summer Love é só o primeiro ato dessa comemoração, terão outros atos ao longo do ano, é o que eu posso adiantar. Garanto que vão ter novos lançamentos, fica o spoiler. Foi muito suado, né? Não é fácil acontecer, chegar nos lugares, construir tudo isso, então tem que ser celebrado.
Você comentou sobre a escassez das bandas na música contemporânea. Na sua visão, porque Samuca e a Selva conseguiu chegar nesse marco de uma década?
A gente soube coexistir enquanto grupo. Ainda que, por diversas vezes, hajam visões ou opiniões divergentes, acho que até na hora de se desentender a gente é muito bom para resolver isso. Temos muito prazer de estar juntos, dentro e fora do palco, somos amigos mesmo. É um clima muito leve, então no fim das contas a gente formou uma família. Um dos segredos é esse: o nosso respeito, a nossa vontade de estar junto. E o outro segredo é o público. Fico até emocionado de falar isso, porque é uma galera que não abandona a gente. É bonito de ver, e não é demagogia da minha parte, não sou uma cara que sobe no salto, mas a gente pode dizer hoje que, dez anos depois, somos uma das bandas que mais arrasta gente na noite de São Paulo. Isso sem falar em todas as pessoas que nos ajudaram. Ninguém faz nada sozinho, tivemos muito apoio. Seguimos com sede, vamos por mais, e acho que não tem ano melhor do que esse. Vamos comemorar.
18 anos. Casa Natura Musical. Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, ☎ 3031-4143. ♿ Dom. (19), 18h. R$ 70,00 a R$ 190,00. casanaturamusical.com.br.