Paulo Ricardo: “É muito difícil sobreviver a uma banda de sucesso”
Quarenta anos após o lançamento do primeiro disco do RPM, Paulo Ricardo revisita a própria carreira em turnê que estreia em São Paulo
Conversar com Paulo Ricardo, 62, é embarcar em uma viagem pela história do pop-rock brasileiro. E um capítulo importante dessa trajetória será interpretado pelo cantor e compositor carioca em sua turnê comemorativa de quarenta anos de carreira, que estreia em São Paulo, nesta sexta-feira (13).
Três telões, câmeras ao vivo, luz e figurino especiais vão colorir o palco, ocupado pelo vocalista e os músicos Icaro Scagliusi, Badel Basso e Tiago Gomes. Vão rolar sucessos e pérolas solo e de sua ex-banda RPM, como Olhar 43 e Vida Real. “Me sinto em começo de carreira, é diferente de tudo que já fiz”.
No show Paulo Ricardo XL, uma novidade será a música O Verso, lançada em 2024 com clipe gravado na Galeria do Rock. “São Paulo mudou a minha vida. Quando cheguei, morei na Ipiranga com a São João. A galeria só tinha três lojas: a Wop Bop Discos, uma de fotografia e uma lavanderia”, diz o músico, que estudou no Colégio de São Bento e no Objetivo, antes de ingressar no curso de Jornalismo da ECA-USP, em 1980.
Atuou como repórter de música no tablóide Canja e na revista Somtrês — onde chegou a ser correspondente em Londres —, sempre com atenção especial ao rock. “Quando o Queen veio ao Brasil, em 1981, fui na coletiva e Freddie Mercury me perguntou, com o cigarro na mão, se eu tinha fogo”, lembra.
Quatro décadas após o disco Revoluções Por Minuto (1985), gravado com Luiz Schiavon (1958-2023), Paulo Pagni (1958-2019) e Fernando Deluqui, ficaram os hits. “É muito difícil sobreviver a uma banda de sucesso. Lembro de uma frase do Paul McCartney, respondendo se os Beatles eram um fantasma: ‘Sim, mas um fantasma camarada’. O RPM é um motivo de orgulho, mesmo com os altos e baixos, o que fica são as grandes canções”, comenta.
A banda passou por diversas separações desde 1987, e, nos últimos anos, foi centro de uma disputa judicial pelo uso da marca, entre os dois integrantes ainda vivos. Para ele, a direção é sempre o futuro: seu mais novo EP se chama Reinventar (2025). “Esse show é como farol apontado para frente, a luz não está no passado”, afirma. ■
Teatro Bradesco. Bourbon Shopping São Paulo. ♿ Sex. (13), 21h. R$ 100,00 a R$ 260,00. Livre. uhuu.com.
Publicado em VEJA São Paulo de 13 de junho de 2025, edição nº 2948
Masp abre primeira exposição que ocupa todos os andares do novo prédio
Fabrique prepara abertura de mais duas padarias





