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“Venho antes da Anitta”: Naldo Benny fala sobre os 25 anos de carreira

Confira o papo com o cantor carioca, que lança disco no final do ano; "Não entrei na onda do meme, fui colocado nisso e tive que me defender", disse

Por Tomás Novaes
24 ago 2025, 13h00
Naldo Benny celebra 25 anos de carreira: confira a entrevista com o cantor carioca
Naldo Benny celebra 25 anos de carreira: confira a entrevista com o cantor carioca (Divulgação/Divulgação)
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Naldo Benny, 46, está comemorando 25 anos de carreira. Celebrando o marco, o cantor carioca, alçado ao sucesso no começo da década de 2010 com a sua mistura de funk e música pop com muita dança e sensualidade prepara o lançamento de um novo disco para o fim do ano.

Seus maiores hits são músicas como Amor de Chocolate e Meu Corpo Quer Você, lançados nos trabalhos de estreia Na Veia (2009) e o DVD Na Veia Tour (2012), e a recente Love, Love, single gravado com Melody que traz melodia do refrão de Kiss Kiss, de Chris Brown.

O cantor americano, além de outros astros do R&B que estouraram no início deste século, como Usher, são nomes obrigatórios para entender as referências de Naldo. O MC começou a sua carreira ainda em 1999, ao lado de seu irmão, Lula, que faleceu em 2008, vítima de assassinato.

Após a perda traumática, Naldo renovou seu som e decidiu trazer dançarinos (os b-boys) e banda para o palco, com shows de muitas luzes e coreografias.

Nos últimos anos, Naldo voltou aos holofotes com memes sobre as suas histórias com famosos, rendendo uma “fama de mentiroso” na internet. Mas também seguiu ativo com lançamentos musicais, enveredando pelo pagode com o projeto Casa do Naldo (2025), e lançando singles do seu próximo álbum, previsto para o fim do ano, Noite de Prazer, Eu Quero Você Morango do Amor e Me Devora.

Sobre os memes, a marginalização do funk, Anitta e técnica vocal, confira o papo com o cantor a seguir.

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Como está sendo celebrar e lembrar os seus 25 anos da sua carreira, que começou lá em 1999, com o seu irmão?

Te confesso que tem uma nostalgia e uma emoção muito forte. Passa na cabeça todas as idas ao estúdio, os sonhos, a batalha. Toda a história começa com ele, tenho uma saudade absurda do meu irmão, lembro de muitas coisas com alegria. Ao mesmo tempo é um início, por causa do Casa do Naldo, meu projeto de pagode. Estou celebrando esses 25 anos com um álbum de funk pop, que é o Bora Pro Baile. As músicas Me Devora, Eu Quero Você Morango do Amor e Noite de Prazer fazem parte desse disco que vou lançar entre novembro e dezembro.

Depois da morte do seu irmão, em 2008, o que te motivou a continuar na música?

Nós tínhamos um sonho de ajudar os nossos pais e sair da favela. Fui pai com 17 anos, em 1997, então eu tinha essa necessidade de vencer na vida, porque já tinha uma responsabilidade nos braços. Foi uma uma covardia o que fizeram com meu irmão, ele foi assassinado, o Corpo de Bombeiros achou um corpo carbonizado e tive que ir no IML reconhecer. Foi muito difícil, hoje consigo falar no assunto. Lógico que tinha a situação financeira, mas também bateu em mim a última conversa que tive com ele. Eu tinha marcado uma aula de dança para colocar os b-boys no palco, algo muito próximo ao DVD Live Evolution 8701, do Usher, e nós conversamos sobre isso na noite anterior ao falecimento dele, dizendo que íamos vencer. Depois, o mundo acabou para mim, engordei quase 30 kg, tive que recomeçar tudo do zero. Eu tinha que seguir em frente por mim e por ele. Foi o principal combustível, a realização do nosso sonho. E ele lá do céu me iluminando.

Você foi um dos precursores da entrada do funk na cena pop brasileira. Hoje o funk ainda é marginalizado?

O funk tem as suas vertentes. Eu não queria só chegar e explodir, e sim ser diferente. Por isso consegui levar o funk para esse estágio de funk pop, que hoje existe. Antes de mim não tinha isso, eu levo o funk para um formato com banda, balé e cachês altos em 2012, 2013, cheguei a pegar cachê de 360 000 reais e publicidades de milhões. Porém, o funk sempre teve outras vertentes, um lado mais social, de retratar a realidade na favela, e isso tende a ser uma música mais gueto, vista com outro olhar. Segui pelo lado mais entretenimento, levar amor e alegria, foi o que eu escolhi. E consegui botar o funk em outro nível. Mas, ao mesmo tempo, o funk continua tendo um espaço menor na prateleira. Por exemplo, com tudo que aconteceu comigo, nunca participei de uma Lei Rouanet, que chega com facilidade para a MPB e até mesmo o samba. Teve uma festa agora no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Dia do Funk, que eu achei bizarro, não tinha nem copo d’água para a galera. Isso não é justo com um movimento que gera tantos empregos no país.

Nos seus shows, você dança e canta ao mesmo tempo. Como é o seu preparo vocal para executar essas coreografias?

Primeiro, quero te dar os parabéns, você já me ganhou. São 25 anos fazendo entrevista, e é difícil ter algo diferente, inteligente e legal de responder. Ainda mais hoje em dia, com essa questão do meme, a dança viralizou como uma brincadeira. Não é, é sério para caramba. É um balé que, quando está completo, são oito dançarinos. Lembro de uma noite que dividi em 2013 com o Xanddy Harmonia, e ele fazia uma performance de dança. Quando acabou, no camarim, ele disse: “Como você faz para cantar e dançar?”. Eu falei: “Mas você faz isso também”. Ele respondeu: “Você já reparou que, quando danço, eu não canto, e, quando canto, eu não danço?”. Esse momento me marcou. Antes disso, em 2009, o Chris Brown veio no Rio, Citibank lotado, eu já estava com a música Na Veia estourada. O Marcson Muller, diretor da FM O Dia na época, estava no show também e, quando acabou, comentou: “Eu sou mais o show do Naldo, porque ele canta e dança mesmo”. Os gringos tem muita voz gravada, por causa da performance. Eu já fiz treinamento de correr na esteira, andar cantando. Gosto de ter um condicionamento legal para executar bem em cima do palco.

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Como você lida hoje com todos os memes sobre as suas histórias?

Sinceramente, não é legal. Acho que eu renovei o meu público, mas é um trabalho muito sério, com muitas pessoas envolvidas, para ser banalizado. Sou carioca, aprendi a jogar o jogo, faço parte, dou risada, brinco, vou no podcast eu tiro um barato, mas o respeito pelo trabalho tem que existir. Lembrando que eu não entrei na onda do meme, eu fui colocado nisso e tive que me defender. Basta entender que, por muito menos, pessoas se matam, ficam deprimidas, com o país inteiro falando uma parada. Eu sei tirar de letra, mas os meus filhos ficam chateados: “Pô, tudo o que meu pai está falando é verdade”. Quando percebo que é brincadeira é uma coisa, outra é quando querem descredibilizar o meu trabalho.

Você já morou em São Paulo em algum momento da carreira?

Tenho casa em São Paulo há quinze anos, hoje na Zona Sul. Vivo muito lá e cá, mas há dois anos intensifiquei um pouco mais, porque a minha filha agora estuda em São Paulo. Temos uma rede de apoio da minha sogra, a família da minha mulher é paulistana. A minha base é o Rio de Janeiro, claro, mas viajo o tempo inteiro, não fico muito parado. Sempre tive um carinho muito grande por São Paulo, independente de ser carioca, sempre achei uma cidade incrível.

Naldo, você tem um desejo de entrar no circuito de grandes festivais do Brasil, como Rock in Rio, The Town, Lollapalooza?

Não consigo entender porque nunca fiz nada nesses eventos. Eu venho antes da Anitta, os números, as conquistas e as datas comprovam isso. Mesmo no meu auge eu nunca fui cogitado. Depois vem uma menina cujo slogan é “o Naldo de saia” e a convidam. Não consigo entender, isso me estranha muito. Depois de 2013, 2014, 2015, a minha carreira dá uma certa estacionada, o que é normal depois de uma grande explosão. Mas, antes disso, estive voando para caramba. E voltei a performar bem dois anos atrás, com músicas como Love Love, que tem mais de 200 milhões de plays. E tenho o meu histórico, os meus hits. Já me perguntei várias vezes, conversei com a minha equipe, e não tive um espaço ainda. Eu amo fazer show. Detalhe: vejo os artistas (nos festivais) performando funk, funk pop, e nunca fui chamado.

O slogan “o Naldo de saia”, que você citou, é sobre a Anitta?

Sim, sobre a Anitta. A Kamilla Fialho (ex-empresária da cantora) diz isso, não fui eu que provoquei, não fico gritando isso para diminuir ela. Só estou reproduzindo uma fala da Kamila, quando explicou que veio grande de mim, não da Anitta. Ela disse que, trabalhando comigo, conseguimos ir para grandes festivais que o MC Sapão (funkeiro carioca, morto em 2019) não ia. Quando deixo de trabalhar com ela e vou para a Audiomix, a Kamila tinha uma agenda ampla na mão, porque o Brasil todo me queria. O que ela fez? “Não tenho ele, mas tenho uma menina aqui que é igual o Naldo, só que de saia”. A gente não fala depreciando, mas a verdade é essa. Tem um vídeo da Anitta, que está no meu Instagram, dizendo: “O Naldo quebrou muitas barreiras para a gente chegar em lugares que antes não chegávamos”. Ela escreveu isso no livro dela. Respeito todos que vieram antes e depois, só que a história é: antes de mim não existia o funk pop. O pop era o Jota Quest, Lulu Santos. O funk não tinha shows de uma hora com espetáculo, enredo, balé, banda, lotando casas de de público A e B. Em 2012, depois que eu explodi, fui para os Estados Unidos gravar com o Fat Joe, Flo Rida, Timbaland.

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