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Mary Olivetti faz turnê em São Paulo e prepara remix de música do seu pai

A DJ carioca, filha do arranjador Lincoln Olivetti (1954-2015), passará por bares e festas paulistanas nas próximas semanas

Por Tomás Novaes
18 jul 2024, 18h00
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A DJ Mary Olivetti, em Amsterdã: turnê em São Paulo e no Rio de Janeiro (Karin Michels/Divulgação)
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A pista é o hábitat natural da carioca Mary Olivetti, 40. “Já toquei em mais de mil festas. Gosto da pressão e de fazer as pessoas dançarem, sorrirem… só de falar fico toda arrepiada”, diz.

Hoje vivendo em Amsterdã, a DJ retorna ao Brasil para uma curta turnê no Rio de Janeiro e em São Paulo, com a primeira data neste sábado (20), no Edifício Martinelli, trazendo a festa Raio Laser, que também é o nome do seu próprio selo musical, focado no house, na disco music e no boogie brasileiro.

O gosto pela música vem de família. Mary é filha de Claudia Olivetti, cantora e compositora, e Lincoln Olivetti (1954-2015), importante produtor que assinou arranjos de incontáveis hits dançantes da nossa música, como Lança Perfume, de Rita Lee (1947-2023), entre outros — tanto em caminho solo quanto com Robson Jorge (1954-1992), parceiro de um único e cultuado disco lançado em vida, em 1982.

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Mary e seu pai, Lincoln Olivetti: novo remix será lançado em agosto (Acervo pessoal/Divulgação)

“Comecei a tocar em 2002, com 18 anos. Naquela época, meu pai estava meio que no ostracismo, a nova geração não o conhecia”, conta a DJ, que se especializou na house music e passou a viajar o mundo tocando nas maiores praças eletrônicas e em festivais como o Rock in Rio.

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“No meu começo, não tinha muitas DJs mulheres. Era uma coisa diferente, que os produtores de festas queriam implementar”, conta. Além de trabalhar, há quinze anos, com curadoria musical na Rádio Ibiza, que atende as marcas de moda do Grupo Soma, Mary começou a mexer recentemente com produção musical.

“Pouco antes de o meu pai falecer, eu estava muito cansada, viajando e tocando muito. Ele me disse: ‘Você nitidamente nasceu para a música, esse é o seu dom. Se deixar o seu dom para trás, Deus castiga’”, conta.

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Mary tocando em São Paulo, em 2021: paixão pela pista (Cognição Eletrônica/Divulgação)
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Foi então que, após o nascimento de sua terceira filha, decidiu cursar produção em São Paulo; desde então, já assinou remixes para nomes como Rita Lee e Jota Quest.

Em paralelo à própria carreira, Mary também cuida do acervo musical do seu pai. Depois de lançar um EP de inéditas da dupla Robson Jorge & Lincoln Olivetti em 2023, Déjà Vu, a produtora prepara outra novidade. No próximo dia 9, sai pela Som Livre o remix de uma faixa pouco conhecida dos músicos, Monday.

“Ela foi lançada em um compacto de 1983, pelo projeto Directory — que era um codinome deles. Nos HDs do meu pai, encontrei essa faixa, com trombones do Serginho Trombone (1949-2020), sintetizadores do meu pai e guitarras e voz do Robson. Vi que tinha guitarras novas, com o no me Davi. Liguei para o Davi Moraes, e ele confirmou que gravou em 2012 e que a ideia do meu pai era lançar uma nova versão”, explica.

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Nada como estrear a novidade nas pistas de São Paulo. A temporada na cidade inclui abertura e encerramento de show do FBC no Cine Joia, no dia 25; um set no Hotel Pulso, no dia 26; apresentações nos endereços Dōmo Bar, dia 31, Heavy House, dia 1o, e Matiz, dia 2; e as festas Trato, Cardume e Paraíso Perdido, dias 3, 10 e 11, respectivamente. Bons motivos para se jogar na pista. ■

Publicado em VEJA São Paulo de 19 de julho de 2024, edição nº 2902

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