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Sensação portuguesa do Eurovision, Maro faz shows em São Paulo

Após esgotar cinco datas no Bona, ela se apresentará na Sala São Paulo no próximo domingo (19); "Fiquei um pouco surpresa", disse em entrevista à Vejinha

Por Tomás Novaes
Atualizado em 10 jun 2022, 16h41 - Publicado em 10 jun 2022, 06h00
Imagem mostra mulher deitada, olhando para cima.
Sensação: Maro esgotou cinco datas na casa de shows Bona, em Pinheiros. (Joey Schultz/Divulgação)
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Do outro lado do Atlântico, uma nova cena musical na nossa língua vem se entrelaçando cada vez mais com a música brasileira atual, rendendo turnês de lusitanos no Brasil. Um dos nomes mais quentes da trupe europeia é a cantora e compositora lisboeta Maro, que fará uma apresentação única na Sala São Paulo no próximo domingo (19), depois de esgotar cinco datas na casa de shows Bona, em Pinheiros.

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Ela é a última representante de Portugal do festival Eurovision ocorrido em maio, chegando ao nono lugar com a canção Saudade, Saudade. A musicista, que faz parte da produtora do lendário empresário Quincy Jones, impressiona pela voz singular, que guia suas composições pop.

Confira abaixo a entrevista com a portuguesa.

Você já tinha feito shows aqui em São Paulo, mas nunca tantos quanto nessa temporada. Você ficou surpresa com as datas esgotadas? Você sente que encontra mais público no Brasil do que em Portugal?

Fiquei um pouco surpresa, sim. Fico sempre feliz demais de ver que tem gente querendo vir assistir, cantar junto. Não sei se tem mais público que Portugal, mas com certeza tem sido um país que me acolheu muito desde o início da minha carreira.

Você pensa em morar fora de Portugal?

Por agora, penso em morar fora, sim. Se é para sempre ou não… acho que a vida me vai mostrando. Não penso tanto para a frente, acho que tudo vai acontecendo no dia a dia.

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Você faz parte de uma geração de músicos que estão conseguindo se relacionar mais com a cena brasileira do que no passado. Tiago Nacarato, Janeiro, Luísa e Salvador Sobral, você: todos estão entrelaçados musicalmente com o Brasil. Como você enxerga esse momento da música portuguesa?

Acho que a música brasileira sempre foi uma força muito grande em Portugal. Mas talvez agora essa conexão esteja sendo mais facilitada pelas redes sociais, que vieram abrir essa possibilidade de comunicação direta, mesmo na distância. E eu acho que isso, para a música portuguesa, só pode ser benéfico.

Quais são suas principais influências no seu desenvolvimento musical? Você escutava música brasileira na sua infância/adolescência?

Cresci ouvindo muita coisa diferente… desde os grandes brasileiros (Tom, Vinícius, Chico, Milton, Gil, Elis, Simone… lista não acaba!) a Nick Drake, Joni Mitchell, The Beatles, Rajery, Zeca Afonso, Fausto, Vozes Búlgaras, música do mundo… sempre fica muito difícil reduzir a uma lista o que, através da música, moldou a minha vida.

O Eurovision, além de trazer um holofote para os artistas, também traz uma questão de pátria e nacionalidade: os artistas representam seus países. Imagino que isso é um peso, e que rende todo o tipo de comentário e opinião. Como foi essa recepção do público português à sua participação no festival?

Sim, é um acontecimento que traz muitos comentários. Mas, felizmente, eu não senti essa pressão. Talvez tenha ajudado o fato de que fui bastante acolhida, não só pelo público português, mas pela Europa fora. Além disso, o fato de ir com um tema muito pessoal e do qual tenho muito orgulho contribuiu para que, não importando o resultado, o momento já fosse especial demais.

Por exemplo, vi comentários criticando a junção do português com o inglês, ou mesmo falando da sua dicção. Você acredita que isto é uma reação a um som que as pessoas estão conhecendo agora?

Talvez. Mas prefiro pensar que as pessoas pensam e sentem de maneira diferente e que é normal ter gente que não gosta. Seria estranho se eu conseguisse agradar a todo o mundo. Acho que isso também é a magia da coisa. Desde que eu faça as coisas de forma honesta e humilde… estou feliz. Agora, acho que o resto fica fora do meu controle.

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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de junho de 2022, edição nº 2793

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