Celebrando o lançamento do single Eu Vou, o cantor e compositor paraibano Estêvão Queiroga faz um show em São Paulo no dia 31, no Teatro Alfredo Mesquita.
Será a primeira de uma série de faixas que serão lançadas a cada mês até o fim do ano, formando o repertório de um EP e um disco, que sairá em 2025.
Para cada nova canção, a ideia do músico é fazer um show em alguma capital do país (confira a entrevista no blog Tudo de Som) — Rio de Janeiro e Belo Horizonte já estão agendadas.
Todas as músicas vão contar com parcerias nas gravações, e a cantora amazonense Bel Martine é a primeira convidada, que também fará uma participação especial na apresentação paulistana.
O artista, que mora em São Paulo desde 2006, apresentará no repertório algumas inéditas e também outras canções já conhecidas, como A Partida e o Norte. O instrumentista Danilo Moura acompanhará Estêvão no palco.
Esse single, Eu Vou, fará parte de um disco?
Vamos ter um lançamento por mês, até dezembro, quando sai um EP. Esse EP antecede o álbum mesmo, que vamos lançar no ano que vem. São mais ou menos dezessete canções inéditas, escritas muito recentemente. Eu Vou é um feat com uma artista amazonense chamada Bel Martine. Todos os lançamentos desse ano terão participações de artistas. Esse meu trabalho tem uma história emocional muito forte, tem a ver com as entregas e as capotagens emocionais que a gente tem na vida, e como crescemos a partir dessas experiências. É o começo de uma nova fase na minha carreira.
Você gravou um DVD aqui em São Paulo, no começo do ano. É esse projeto?
É o disco que sai em março de 2025, gravado ao vivo dentro do estúdio. São sete faixas, e os singles e o EP preparam a história. Hoje em dia, o mercado nos levou para o lance do single, mas eu ainda gosto da ideia de costurar mais canções em uma mesma história. Você consegue ter atos diferentes, e chamar o seu público para entrar contigo nessa era. Esses lançamentos fazem parte de uma mesma narrativa sobre reinvenção a partir da dor, e de mudança a partir dos conflitos que a gente enfrenta.
Como você pensou na curadoria dos artistas convidados?
O ponto de partida são os artistas com os quais tenho alguma conexão emocional. A Bel Martine é uma amiga e uma artista do Norte. Para mim, como alguém do Norte, faz muito sentido começar uma nova fase com uma mulher nortista, cuja arte se conecta tanto com a minha. A Bel também tem essa música mais existencialista, mais emocional. Meu próximo feat é com o Diney, que é um dos maiores compositores de samba e pagode no Brasil. O que para mim é muito interessante, porque faço MPB, mas tenho uma perspectiva de música nada ortodoxa, acho que o que emociona está valendo.
Quem são as suas referências na música brasileira?
Sempre cito o Belchior, sem dúvida. Me identifico muito com a maneira que ele constrói sua complexidade a partir de falas muito diretas. Marisa Monte, também. Vou falar também de pessoas da nova geração, que me inspiram muito, como o Jota.Pê e a Bebé Salvego. Também me inspiro no Chico da Silva, compositor amazonense.
Você nasceu na Paraíba, cresceu no Amazonas, e mora em São Paulo. Há quanto tempo você vive aqui?
Viajo bastante pelo Brasil, sou uma pessoa em movimento. Às vezes eu passo um tempo aqui, um tempo ali. Mas passo mais tempo em São Paulo, vim para cá em 2006. Costumo dizer que tenho dupla cidadania brasileira: sou paraibano e amazonense, mas com green card em São Paulo.
No dia 31, você lança o single com show em São Paulo. Esse formato irá se repetir?
Para cada single, pretendo fazer um show em uma capital do Brasil. O nome de cada show vai ser o nome do single. Então vou fazer o Eu Vou aqui em São Paulo, e depois no Rio de Janeiro, em setembro, e em BH.
Livre. Teatro Alfredo Mesquita. Avenida Santos Dumont, 1770, Santana, ☎2221-3657. ♿ Qua. (31), 21h. sympla.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 19 de julho de 2024, edição nº 2902