Di Ferrero lança EP: “Estou em uma nova fase da vida”
O cantor e compositor falou à Vejinha sobre o projeto '7' e deu a sua opinião sobre o uso da inteligência artificial na música

Di Ferrero lançou, nesta segunda-feira (7), o EP 7 (2025), com três faixas inéditas assinadas pelo cantor e compositor.
O trabalho, que vem acompanhado por um conteúdo visual, segue o caminho pop da sua carreira solo, desta vez com letras mais introspectivas. Som da Desilusão e Universo Paralelo são parcerias com Bruno Genz, e Além do Fim é assinada só pelo vocalista.
A produção do projeto é assinada por Felipe Vassão e Bruno Genz, com instrumentos de Di Ferrero, Renan Martins, Bruno Genz, Felipe Vassão e Rick Machado.
É o primeiro EP ou disco de Di Ferrero lançado após a turnê Cedo Ou Tarde, da sua banda NX Zero, que aconteceu em 2023 após um hiato de oito anos do grupo.
Confira, a seguir, a entrevista com o artista sul-mato-grossense, que faz show em São Paulo no dia 17 de maio, na Audio.

Como surgiu essa safra de músicas do EP 7?
Elas nasceram nessa que é uma fase nova da minha vida, de algumas mudanças. Encontrei uma sonoridade legal, e são letras de momentos que acabaram acontecendo. Som da Desilusão, por exemplo, foi a primeira, que fala sobre uma passagem recente, sobre uma amizade. E, depois que a desilusão acontece, e o que sobra? Aí vem Além do Fim. E, por último, veio Universo Paralelo, o “e se?”, as possibilidades do que poderia ter acontecido. Foi essa a linha de raciocínio, e o vídeo também conta essa história.
E, para você, qual o significado do número sete, que dá nome ao EP?
Sei que o sete tem várias simbologias, acho legal tudo isso, até me considero meio esotérico, mas por incrível que pareça não fui por esse lado. O que trouxe a ideia desse número foi o horário mesmo. É o meu momento preferido do dia, quando o sol está se pondo, está ficando escuro. Essa cor, um azul mais escuro, está na capa também.
A capa do EP foi feita em partes com uso da Inteligência Artificial — qual a sua visão sobre o uso crescente da I.A na produção musical e artística?
A I.A me ajudou muito, porque eu quis trazer a ideia de uma casa que reflete quem você é. Junto com o desenho do Bruno (Zampoli), a tecnologia conseguiu transportar a imagem para esse conceito. O vídeo da primeira música é lúdico, acontece dentro dessa capa, e por isso também começa por I.A, depois o clipe vira realidade. Acho muito legal essa ferramenta, e penso ser inevitável, a gente pode sofrer ou não por isso, mas é real, vai acontecer. A maior discussão na música é o lance dos direitos autorais, e foi sempre assim com qualquer nova tecnologia. Tem os prós e os contras, como o tanto de música que a galera faz no engano, inventando bandas, só para ganhar esse direitos. E a partir do momento que você usa alguma referência de outro artista, já poderiam ser, de alguma forma, cobrados os direitos. Mas, no geral, vejo como positivo, como foi no começo da internet. O NX Zero foi uma das primeiras bandas a tocar sem gravadora em várias rádios. O que a gente não pode ter é medo, porque já é assim. E tem o lance principal, que é a música: a I.A não consegue passar a emoção do som ou fazer um show ao vivo.
Quais os planos para 2025 — terá uma nova turnê, mais lançamentos?
A Outra Dose Tour está para terminar, estamos nas últimas datas, e assim que acabar vamos começar um novo show, que tem a ver com esse momento. O 7 não vai parar por aí, vai continuar, tenho outras ideias e músicas. Fui até para a gringa compor com outras pessoas.
Este é seu primeiro lançamento após a turnê Cedo Ou Tarde, do NX Zero, que terminou com dois shows enormes no Allianz Parque em 2023. Como aquele momento impactou a sua carreira solo? E, em 2026, a banda faz 25 anos, há planos de comemoração?
Essa tour foi muito incrível, a gente precisava disso. Foi marcante para as pessoas e para nós também. Foi a maior turnê que eu fiz na vida. Só que, como eu passei por muito altos e baixos na vida, procuro não me apegar. Lembro que, quando estava indo para o Allianz, no primeiro dia, claro que fiquei feliz, mas pensei: “Não vai ser todo fim de semana assim”. Então decidi curtir e depois continuar (minha carreira solo). Dois dias depois, já estava fazendo o meu show, me concentrando no próximo passo. E, sobre o futuro, acredito que tem que rolar algo, mas não sei quando, não tem nada combinado e não vai ser ano que vem, também.