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Os reis da pista: Deekapz assume destaque na cena eletrônica paulistana

O duo de DJs finca sua presença na cidade com participação nos principais festivais e casas noturnas de São Paulo

Por Tomás Novaes
25 nov 2022, 06h00
Imagem mostra dois homens sobre fundo amarelo, sorrindo
Matheus e Paulo: dupla paulista. (Maya Guimarães/Divulgação)
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Foi em janeiro de 2016 que os jovens Matheus Henrique e Paulo Vitor foram convidados pela primeira vez a tocar como DJs em uma festa grande. O convite veio do selo eletrônico Arrastão, para um evento na extinta balada 1007, na Rua Augusta.

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“Foi um desastre”, confessa Paulo. “Foi uma tragédia porque a gente vem de um lugar periférico, do interior de São Paulo. É muito difícil ter acesso a um equipamento de qualidade, e aquele foi o nosso primeiro contato com um setup profissional.” O produtor e parceiro fiel do duo, Tom Lopes, que os conheceu naquela noite profética, diminui o incidente. “Só quem realmente tinha um olhar musical entendeu o que deu errado”, conta.

Satisfeito ou não com a performance, aquela festa abriu as portas para uma trajetória que levou, seis anos depois, o Deekapz a se tornar um dos nomes mais quentes do cenário eletrônico nacional — e atração obrigatória nas casas noturnas e nos festivais de São Paulo.

Crédito Julio Nery_Divulgação.jpg
Duo em ação: registro do Coala Festival, no Memorial da América Latina. (Julio Nery/Divulgação)

Crias de Hortolândia e Campinas, os hoje conhecidos como Carmackinho, 25, e Paulo DK, 24, se juntaram ainda no ensino médio, em 2014, para produzir juntos e lançar faixas na plataforma Soundcloud. “O projeto Deekapz é um experimento. A cada ano que passou após o nosso encontro a gente ficou mais encanado com o que entregaríamos para a cena musical. Ao longo desses oito anos, a gente deu várias pinceladas em diferentes gêneros para hoje pensarmos em um movimento global, como o afrobeat e o house”, explica Paulo.

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A dupla desenvolveu uma mistura própria de música eletrônica com funk, soul e trap que os levou a assinar lançamentos com nomes com Baco Exu do Blues, Pabllo Vittar, Criolo e Arnaldo Antunes. Da periferia paulista, aterrissaram no line-up de festivais como Primavera Sound e Coala.

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“Eu acho que esse foi um ano de virada, principalmente por causa do trampo que a gente fez durante a pandemia”, comenta Matheus, a metade mais tímida da dupla. Após terem de cancelar uma turnê pela Europa e pela Ásia que faria em 2020, o Deekapz passou por grandes mudanças.

O rebranding começou pelo nome: a assinatura antiga, DKVPZ, deu origem à atual, mais sonora e fácil de pronunciar. Criaram uma identidade visual forte e turbinaram os lançamentos autorais, com cinco EPs em dois anos. Outra mudança veio em maio último: a dupla passou a morar na capital paulista, com um estúdio anexo em uma casa na Aclimação. “Eu sempre pensei em morar em São Paulo. Eu já meti várias vezes o louco de vir com pouco dinheiro para cá, só para estar na cidade. Eu gosto demais e sei a importância de estar aqui”, relata Paulo.

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O resultado foi um sucesso. Do total de sessenta apresentações anuais em 2019, o número explodiu para 130 neste ano, entre os diferentes produtos que os dois oferecem. Um deles é a festa de rua gratuita 0800, no Vale do Anhangabaú, que terá sua terceira edição neste domingo (27), com participação de DJs como Carla Arakaki e Mu540.

“Além de ser uma parada democrática, o mais louco de fazer uma festa de rua é a liberdade dos DJs de tocarem o que quiserem. Eles podem espalhar novidades e disciplinar, educar a pista. É um movimento muito fluido”, conta Paulo. Ainda existe o Deekapz Experience e o Ballet Deekapz, com a presença de dançarinos. “O Deekapz é isso, a gente vai diversificando o produto para criar experiências novas”, sintetiza Tom.

Essa efervescência parece ser o que leva a dupla a alçar voos cada vez mais altos. Preparados para mais uma turnê europeia, em dezembro, eles também cozinham um disco para o primeiro semestre do ano que vem e estão ansiosos para se apresentar no Lollapalooza 2023. Questionados sobre qual o lugar que mais gostam de tocar na cidade, respondem, espirituosos: “O melhor lugar ainda está por vir”.

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Vale do Anhangabaú. Avenida Prestes Maia, 58. Dom. (27), 14h-22h. Grátis. @deekapz.

Publicado em VEJA São Paulo de 30 de novembro de 2022, edição nº 2817

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