Chico Science (1966-1997), fundador da banda Nação Zumbi e principal referência do manguebeat, faria 58 anos nesta quarta-feira (13).
Com o grupo, o vocalista liderou o movimento cultural recifense que uniu ritmos regionais com o pop, o rock, o hip-hop e a música eletrônica. O guitarrista Lúcio Maia, membro original que integrou a banda até 2020, conversou com a Vejinha sobre o legado do cantor e compositor.
“Desde o dia seguinte ao acidente, a gente batalhava muito por isso, de não comemorar a data da morte dele. Queríamos puxar para o nascimento, o aniversário. Em um certo momento, a gente desistiu, mas acho que hoje ambos os dias são muito bem lembrados”, diz o músico pernambucano, que mora em São Paulo há dezoito anos.
Para Maia, Science ainda tinha muito o que fazer pela música brasileira. “Todo mundo se pergunta, o que ele poderia fazer se estivesse vivo, onde ele estaria, como ele seria. É tudo uma questão única e exclusiva de imaginação, porque Chico fez o que tinha que fazer durante a sua vida. Ele foi embora muito cedo, mas quem conviveu com ele sabe que ele tinha muitas ideias, e ainda faria muita coisa relevante na música”, diz.
Nos poucos e intensos anos com Chico à frente da banda, foram gravados dois discos, o cultuado Da Lama Ao Caos (1994) e o sucessor Afrociberdelia (1996). O artista morreu em um acidente de carro.
“Foi difícil, não digo só a perda dele, mas tentar se renovar a ponto de manter o que a gente começou. A questão das letras, da poesia e da musicalidade não eram problemas, a questão era muito mais psicológica, de se convencer que poderíamos continuar sem Chico”, diz Lúcio.
O músico saiu da banda em 2020. Atualmente, a banda segue em atividade com os membros originais Jorge Du Peixe, Dengue e Toca Ogan, e se apresenta em São Paulo em junho, no Festival Turá.