Chico César e Zeca Baleiro, amigos e também parceiros musicais de longa data, lançaram seu primeiro disco em duo em março, Ao Arrepio da Lei (2024).
Desde então, a dupla concilia seus outros projetos com uma turnê a dois, que passa por São Paulo no dia 29, sábado, no Festival Turá.
Confira a seguir um papo com os cantores e compositores nordestinos. 15 anos. Auditório Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/no, Parque Ibirapuera, ☎ 5574-5045. ♿ Sáb. (29) e dom. (30). R$ 468,00 a R$ 720,00. festivaltura.com.br.
Como vocês dois se conheceram?
(Chico) Foi através de um poeta e amigo em comum, Celso Borges. Ele disse: “Você e o Zeca têm tudo a ver e nada a ver, vão se amar e se odiar” (risos). Zeca chegou em São Paulo e precisava de um amplificador, então marcamos de nos encontrar na Paulista, para buscarmos na minha casa. Acabou que ficamos até tarde tocando violão. Tive a sensação que ali acabava a minha solidão estética na cidade: ele nordestino, como eu, e com uma antena sintonizada no mundo.
E como nasceu o disco Ao Arrepio da Lei (2024), o primeiro de vocês em dupla?
(Zeca) Nós nunca tínhamos composto muito juntos. Na pandemia, por alguma razão, a porteira se abriu, e começamos a compor loucamente. Ao final, tínhamos umas 18, 20 músicas. Todas as faixas do disco são dessa safra, quisemos fazer um retrato daquele momento.
Os shows dessa turnê têm sido especiais?
(Zeca) Montamos uma banda nova, e o show ficou muito bonito. Acho que é um evento da nossa geração, é simbólico. O Chico da Paraíba, eu do Maranhão, ele preto, eu branco, as nossas referências do rádio, da cultura pop, da literatura. Está sendo divertido.
Publicado em VEJA São Paulo de 14 de junho de 2024, edição nº 2897