A cantora e compositora paulista Bruna Caram se apresenta neste domingo (16) na Casa Natura Musical com o pré-lançamento do seu novo disco, Afeto e Luta – Bruna Caram canta Gonzaguinha. O trabalho de intérprete, que será lançado no dia 28, resgata a obra pouco revisitada do cantor e compositor carioca, filho de Luiz Gonzaga (1912- 1989), que morreu precocemente em um acidente de carro, em 1991.
Com pesquisa de repertório do ex-deputado federal Jean wyllys e arranjos de Norberto Vinhas, o trabalho tem participações de Preta Ferreira, Zé Renato, Zeca Baleiro, Renato Braz, Leila Pinheiro e Nanan Gonzaga, filha do homenageado, conhecido pelos versos políticos, pelas letras românticas e por sambas como o hino O que É o que É?. o repertório reúne faixas como Sangrando, Não Dá Mais pra Segurar (Explode Coração) e Viver, Amar, Valeu, gravada por Zizi Possi em 1993. 16 anos.
Casa Natura Musical. Rua Artur de Azevedo, 2134, Pinheiros, ☎ 3031-4143. ♿ Dom. (16), 19h. R$ 67,20 a R$ 130,00. casanaturamusical.com.br
Três perguntas para Bruna Caram
Por que gravar Gonzaguinha?
Durante a pandemia, a música foi grande companheira nossa, para a gente sobreviver e resistir, e eu revisitei vários compositores que fizeram parte da minha vida. Quando fiz a primeira live cantando o repertório dele, fiquei bem emocionada. Vi como essas músicas são muito profundas e pertinentes e comecei esse projeto, que seria, a princípio, montar um show em homenagem a ele. Quanto mais eu cantava, mais sentido fazia, então comecei a pensar em transformar em disco.
Como o título Afeto e Luta sintetiza o recorte da obra dele?
Imediatamente quando pensei no Gonzaguinha, pensei nesses dois temas. Para mim, isso brilha muito na obra dele: as canções de amor, que eu morro de emoção, e as engajadas, por justiça social. Eu acho que ele faz músicas de luta com muita alegria.
Como é voltar a lançar um trabalho de intérprete depois de discos autorais?
Achei muito bonito esse mergulho nos primórdios, nos motivos pelos quais virei cantora, que era cantar as músicas que me emocionavam. A obra do Gonzaguinha foi um prato cheio e um desafio absurdo -– em muitos momentos, quis desistir de gravar músicas a que eu tinha um respeito muito grande. É o primeiro show que eu fiz a turnê antes de lançar o álbum, e o palco foi necessário nesse processo.
Publicado em VEJA São Paulo de 19 de abril de 2023, edição nº 2837