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Oásis dos bastidores: estúdio na Vila Madalena abre para shows intimistas

Endereço queridinho para pré-produções de grandes artistas em São Paulo, o Artsy Club começa a ter programação aberta ao público todos os meses

Por Tomás Novaes
9 fev 2024, 06h00
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Os irmãos Dilson e Juliana: sócios e fundadores do Artsy Club (Leo Martins/Veja SP)
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Uma casa de portão laranja, no coração da Vila Madalena, se tornou o lugar ideal para artistas se prepararem para grandes shows. E, neste ano, o Artsy Club, fundado pelos irmãos Dilson, 44, e Juliana Laguna, 38, sai dos bastidores e começa a abrir as portas mensalmente para o público experienciar shows intimistas.

Feras do rap, como Mano Brown e Emicida, nomes quentes do pop, como Jão e Marina Sena, além de veteranos da música brasileira, como João Donato (1934-2023) e os Titãs — que ensaiaram por quarenta dias no endereço antes de partirem para a estrada —, já passaram pelo espaço aconchegante, que virou um novo point musical paulistano.

“Aqui o pessoal não está vindo para resolver só a parte musical, e sim a pré-produção toda: trazem equipe de som, luz, vídeo, dançarinos, além de receber imprensa, convidados, fãs. Eles saem daqui direto para o estádio. Foi um alvo que a gente acertou sem querer, porque é um formato que poucos estúdios conseguem oferecer”, explica Dilson.

Não é fruto somente do tamanho da sala principal, com 100 metros quadrados e pé-direito de 7,2 metros, mas também do clima de casa de família, do visual, repleto de cenários perfeitos para fotos e vídeos, e dos equipamentos de primeira linha, que somam quase R$ 5 milhões.

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Parede na entrada da casa: decoração caprichada (Leo Martins/Veja SP)
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“Os estúdios costumam ter uma identidade muito parecida, muito masculinos, escuros, fechados, formais… Aqui os artistas se sentem à vontade, trazem familiares, amigos. E todo mundo quer chegar cedo e passar o dia nacasa, poucas gravações vão até a noite”, conta Juliana.

O espaço, que foi construído pelo artista plástico Carlito Carvalhosa (1961-2021), foi alugado pela dupla em 2019. “O estúdio era o ateliê dele, que estava com medo de virar um restaurante ou algo desse perfil. Depois de uma negativa, ele só topou quando falamos que o nosso trabalho envolvia cultura, música e arte. Viramos amigos até o fim da sua vida”, conta Dilson.

O novo endereço foi um passo importante para os irmãos, que fundaram a empresa em 2012, como uma produtora independente de eventos e conteúdos de música. “Até 2019, fazíamos praticamente só eventos, e depois da pandemia expandimos para produções audiovisuais”, explica Dilson, gaúcho que trabalhou como guitarrista de estúdio com nomes como Michael Bublé e Jason Derulo, e depois se formou em music business em Londres.

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A grandiosa sala de estúdio: novo point musical paulistano (Leo Martins/Veja SP)

Paulistana, Juliana estava no mundo corporativo, atuando com comunicação em uma multinacional, quando seu irmão voltou ao Brasil e a convidou para começarem um negócio.

O primeiro projeto de visibilidade da dupla foi trazer o Sofar Sounds, iniciativa de origem inglesa que realiza shows itinerantes com atrações secretas, para o Brasil — a próxima edição, que acontece na casa, está marcada para o dia 22.

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Clientes como Latin Grammy, Greenpeace e Amazon Music também estão na lista de parcerias da produtora, que até 2023 era dividida em Flow Creative Core e Artsy Club Studios e hoje é uma marca só.

Neste ano, a ideia da empresa é sair um pouco dos bastidores. Um pouco, pois a vocação “secreta” do espaço não irá mudar — para garantir segurança e privacidade aos artistas, o espaço não divulga seu endereço. “É o nosso dilema, equilibrar nosso trabalho com o contato direto com o público”, diz Dilson.

O projeto Artsy Club Live, que estreou em 2023 com shows intimistas abertos ao público, irá entrar na programação mensal do espaço, com edições todas as últimas quintas-feiras do mês. A primeira está prevista para o final de fevereiro, com atração a anunciar.

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“A ideia não é ser uma casa de shows, e sim ter apresentações dentro de um estúdio. Essa é a nossa proposta alternativa”, explica Dilson. “O espaço foi mostrando a sua vocação para o encontro, e nós notamos isso. Aqui podemos propor experiências novas, com performances no backstage. É como um laboratório de novos formatos e sons”, conclui Juliana. ■

Publicado em VEJA São Paulo de 8 de fevereiro de 2024, edição nº 2879

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