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Vladimir Brichta fala de A Coleção Invisível, Tapas e Beijos e Walmor Chagas

Você conhece Vladimir Brichta pelos personagens engraçados nas novelas e, sobretudo, como o Armani do seriado Tapas e Beijos, certo? O ator baiano (mas nascido em Minas Gerais) quer mudar o rótulo e, pela primeira vez, faz um papel dramático no cinema, em A Coleção Invisível, já em cartaz. Você fica irritado quando te rotulam […]

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 00h20 - Publicado em 5 set 2013, 21h19
FAZENDA DE SAMIR Seq 38
FAZENDA DE SAMIR Seq 38 (/)
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Você conhece Vladimir Brichta pelos personagens engraçados nas novelas e, sobretudo, como o Armani do seriado Tapas e Beijos, certo? O ator baiano (mas nascido em Minas Gerais) quer mudar o rótulo e, pela primeira vez, faz um papel dramático no cinema, em A Coleção Invisível, já em cartaz.

Vladimir Brichta em A Coleção Invisível: primeiro papel dramático no cinema

Você fica irritado quando te rotulam como um ator de comédia? Em A Coleção Invisível, faço meu primeiro protagonista dramático e esta é uma forma de despertar o público que me conhece pela TV só pelo lado do humor. Quero estimular as pessoas a me ver em outro gênero. Não fico irritado, não. Mas eu acho graça quando vejo publicado por aí que este é “o primeiro protagonista do Vladimir”; depois “o primeiro filme do Vladimir”. Daqui a pouco, será “o primeiro trabalho profissional do Vladimir” (risos).

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Como foi trabalhar com um diretor francês fazendo um filme regional na Bahia? A história do Bernard Attal é muito interessante. Ele é francês, estudou economia em Nova York e, depois do 11 de Setembro, resolveu fazer cinema e vir para o Brasil. Ele é apaixonado por Jorge Amado e, por isso, ficou interessado em contar algo sobre a região dos livros do escritor. É o primeiro longa-metragem dele. E é um longa baiano, sem ter um olhar folclorizado da Bahia e sem fazer a valorização da miséria.

Onde foi filmado? A maior parte da história se passa em Itajuípe, que é bem próxima de Itabuna e Ilhéus. É uma região muito íntima para mim porque minha mãe mora em Itacaré desde 1982. Itacaré competia com Ilhéus porque também tem porto. Hoje, Itacaré é muito mais rica por causa da explosão do turismo. Vi Itacaré como uma vila se transformando numa grande polo turístico. Também acompanhei de perto o declínio do cacau. Ao contrário do Beto, meu personagem em A Coleção Invisível, tudo aquilo me é muito familiar. Também Salvador me é muito próxima porque, embora eu tenha nascido em Diamantina, Minas Gerais, cresci em Salvador.

Com que frequência você volta à Bahia? Vou todo ano. Eu moro no Rio de Janeiro há doze anos, desde que fiz a peça A Máquina. Sinto saudades da Bahia, mas toda vez que eu volto para lá, eu descubro que a saudade é de um período da vida. Neste momento, eu não preciso viver lá.

Falando de Tapas e Beijos, não tem receio de ficar estigmatizado pelo seu personagem, o Armani? Estigmatização é sempre ruim. Nós, do elenco, conversamos muito sobre isso. Um seriado de TV, como Tapas e Beijos, pode ter vida longa, mas é óbvio que tenho ambição de mostrar meus outros lados de ator para o Brasil. Em relação a Tapas e Beijos, temos uma questão: até quando vamos conseguir manter o programa criativo e com frescor? Ao contrário de A Grande Família, nosso seriado fala de desamores e tem um tema mais fechado. O prazo de validade é mais curto. Não fazemos planejamento à distância, mas, no ano que vem, ele ainda continua.

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Walmor Chagas em seu último papel no cinema

Qual a sensação de ter trabalhado no último filme de Walmor Chagas? Foi uma honra. Walmor tinha mesmo dificuldade em enxergar, mas não estava totalmente cego. Caminhava calmo, como um senhor andando com certa dificuldade. Fora isso, não havia nenhum traço de depressão. Ele tinha muita vontade de filmar e dava para notar que se realizava em cena. Quando ele achava que o take não estava bom, pedia para refazer. Era muito inquieto e, aos 80 anos de idade, queria acertar como se fosse o primeiro filme dele.

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Quais seus próximos projetos? Minutos Atrás, do Caio Sóh, vai passar no Festival do Rio e é um filme experimental, meio teatral, só com três atores. Também filmei Muitos Homens num Homem Só, da Mini Kert, que está sendo montado. É inspirado na obra do João do Rio, ambientado no século passado e com Alice Braga no elenco.

Tem vontade de fazer algo com sua esposa, Adriana Esteves? Conheci a Adriana numa novela e a última vez que trabalhamos juntos foi em 2003. Ou seja: dez anos depois, faremos o novo filme do Jorge Furtado, chamado Beleza. Devemos filmar no fim do ano.

Tem planos no teatro com a Adriana? Pensamos em fazer algo juntos, sim, mas nada ainda concreto.

Posso dar uma sugestão? Que tal Gata em Teto de Zinco Quente, de Tennessee Williams? Humm, é uma ideia interessante.

 
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