Não me lembro de ter visto alguma série argentina na Netflix e foi, justamente por isso e por indicação do podcaster e ex-MTV Felipe Solari, que decidi encarar Barra Bravas. A princípio, achei que o tema era futebol. Mas qual foi a minha surpresa em ver que não há uma única partida em campo. O buraco é mais embaixo.
Em oito episódios, o roteiro destrincha o sistema corrupto existente no clube esportivo e no time fictício Ferroviarios. Após o mafioso Lomito (Carlos Belloso) ser esfaqueado na arquibancada, uma guerra entre facções tem início. Quem está por trás de mediar o acordo é o tesoureiro Santiago (Juan Gil Navarro), que faz contratos ilícitos e tira grana do caixa para o próprio bolso e para o de Lomito. Mas há uma esperança na figura da advogada Diana (Dolores Fonzi), contratada para chefiar a segurança do estádio. E a mulher, dura na queda, vai encarar seus adversários corruptos.
A série apresenta subtramas até mais atraentes que a narrativa central, como a história do jovem e humilde pizzaiolo que, na tentativa de ganhar mais dinheiro, entra para o mundo do crime. Gosto também de como o enredo, partindo de um microcosmo, vira uma metáfora de um país – qualquer semelhança não é mera coincidência. Estão lá os criminosos, os corruptos, um presidente na corda bamba, uma mulher empoderada desafiando o sistema e a pobre classe trabalhadora querendo um lugarzinho ao sol, sendo aliados de bandidos ou mantendo a honestidade na humildade.
Quer me seguir nas redes sociais? Anote:
Facebook: facebook.com/paginadoblogdomiguel
Twitter: @miguelbarbieri
Instagram: miguelbarbieri
YouTube: Miguel Barbieri Jr.