Autor de mais de quarenta peças, entre elas a obra-prima Morte Acidental de um Anarquista, o italiano Dario Fo (1926-2016) escrevia textos recheados de críticas à corrupção, à igreja católica e, simpatizante do socialismo, era um defensor dos trabalhadores.
Elementos da commedia dell’arte, um gênero popular, aliado a situações que beiram o nonsense e o surrealismo também estão presentes nas encenações. E é assim que precisa ser encarada a comédia inédita Não Vamos Pagar Nada, adaptação de Não Pagamos? Não Pagamos, escrita por Fo em 1974.
O filme marca a estreia no cinema de João Fonseca (diretor de espetáculos como Tim Maia e Cazuza) e chegou ao canal e ao streaming do Telecine – dá para ver pelo Telecine no NOW.
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Na trama, Antônia (Samantha Schmütz) lidera uma revolta num supermercado após o novo dono aumentar o preço dos produtos. O quiprocó termina com a loja saqueada. Ela está à procura de trabalho e o marido (Edmilson Filho) não recebe o salário há seis meses. Quando policiais surgem no bairro para investigar o roubo, Antônia e uma amiga (Flávia Reis) inventam uma gravidez escondendo na barriga a mercadoria furtada. Com diálogos ágeis, a história funciona como entretenimento e propõe uma reflexão sobre as dificuldades da classe operária, combalida pelo desemprego e pela exploração capitalista.
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