Peter O’Toole, astro de Lawrence da Arábia, morre aos 81 anos

Duas semanas atrás, fomos surpreendidos pela morte de Paul Walker. Hoje, foi a vez de Peter O’Toole. Certamente, não haverá a mesma comoção. Walker morreu aos 40 anos num acidente de carro. O’Toole tinha câncer de estômago e faleceu aos 81 anos num hospital de Londres. Muitos devem estar dizendo que ele “viveu o bastante”. Mas o que é “o bastante”? Minha mãe tem a mesma idade dele. Será que eu seria capaz de dizer que ela viveu “o suficiente”? Jamais. Eis aí uma pergunta para você refletir.

O certo é que esse grande ator, nascido na Irlanda, em 2 de agosto de 1932, deixou um legado cinematográfico importante. Começou a carreira na década de 60 e, entre seus primeiros filmes, está seu grande papel: o protagonista de Lawrence da Arábia. Pela memorável atuação, recebeu sua primeira indicação ao Oscar – perdeu para Gregory Peck, em O Sol É para Todos. O’Toole concorreu mais sete vezes ao prêmio, a última delas em 2007, por Vênus. Nunca ganhou. Só recebeu um Oscar honorário, em 2003, digamos, pelo “conjunto da obra”. Um troféu de consolação, mas, de certa maneira, uma forma de reparar um erro.

O Tiberius, de Calígula (1979)

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Posso citar o trabalho digno de O’Toole em diversos filmes: O Leão no Inverno, O Homem de la Mancha, Calígula, Um Cara Muito Baratinado, Criador… Mas me vem à memória O Substituto, de 1980, no qual interpretou um cineasta que usava um dublê para cenas de perigo. Era um misto de ficção e realidade muito original para a época.

O’Toole anunciou sua aposentadoria no ano passado, talvez prevendo que o fim estivesse próximo. Bebeu demais, viveu intensamente, teve duas filhas, fez mais de 70 filmes. Quinze dias atrás, perdemos os olhos azuis de Paul Walker. Hoje, se fecharam os olhos azuis de Peter O’Toole.

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