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Netflix: drama, comédia e suspense em 20 filmes da Espanha

Entre as atrações estão Árvore de Sangue e Viver Duas Vezes

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 abr 2020, 14h57
Cenas de A Árvore de Sangue e Viver Duas Vezes (Divulgação/Divulgação)
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O Poço e A Casa, que fizeram sucesso nas últimas semanas na Netflix, são apenas alguns dos bons filmes espanhóis que estão na plataforma de streaming. Confira abaixo minhas outras recomendações.

Viver Duas Vezes > Está agradando e fazendo sucesso com o público maduro. Entre o humor e o drama, a história mostra o processo de perda de memória do professor de matemática aposentado Emilio (Oscar Martínez). Solitário e ranzinza, ele quer realizar um último desejo antes de as lembranças sumirem completamente: reencontrar seu primeiro amor. Para isso, embarca numa viagem de carro e é obrigado a levar a neta espertinha, papel da excelente revelação Mafalda Carbonell. Por mais que trate a doença de Alzheimer de forma simplista e leviana, o filme faz rir e emociona.

O Poço > Durante a pandemia do coronavírus, que ameaça a economia do país, um filme sobre a diferença de classes sociais chega para atiçar os ânimos mais polarizados. Nada sutil, a trama mostra uma cadeia vertical onde as celas acomodam dois prisioneiros. Goreng (Ivan Massagué) se autoisolou para conseguir “um certificado”. Seu companheiro de espaço é um senhor que cumpre pena por uma morte acidental. Por um buraco, descem restos de comida vinda de andares superiores, onde estão os mais privilegiados. Estreando em longa-metragem, o diretor basco Galder Gaztelu-Urrutia se debruça sobre o terror gore em sua torturante e sangrenta crítica ao “sistema”. Não poupa o espectador com cenas de canibalismo, suicídios e violência ultrajante. Funciona como um tratamento de choque, por mais que o terreno seja o de uma sociedade distópica.

A Casa > Javier Muñoz, papel de Javier Gutiérrez, está à beira do desespero. Publicitário desempregado há um ano, ele não encontra trabalho por ser considerado ultrapassado. Suas economias estão acabando e só resta desocupar o belo apartamento alugado em Barcelona e mudar-se com a família para um imóvel menor e modesto. Inconformado, Javier só tem um objetivo em mente: aproximar-se do empresário Tomás (Mario Casas), que, agora, mora com a esposa e a filha na casa que foi sua. Há várias leituras para uma trama pontilhada de temas interessantes, como o alcoolismo, a desestabilidade psicológica provocada pelo desemprego e, sobretudo, as atitudes extremas que levam o protagonista a exterminar os laços afetivos em nome de um bem material. Numa época de pandemia, em que a distribuição de renda e o futuro da humanidade são repensados, o filme cai como uma luva.

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Sob a Pele do Lobo > Com poucos diálogos e poderosas imagens da natureza, o filme acompanha a saga de Martinón (Casas), um eremita que mora nas montanhas nevadas e, vez por outra, desce a um vilarejo para trocar peles de animais por alimentos. Em uma viagem, um comerciante vende sua jovem filha ao forasteiro. Começa aí um drama de tintas trágicas a respeito de um homem que, ao driblar a solidão forçada, encara o desafio do convívio social.

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O Bar > Um cliente é morto na porta de um bar em Madri. O tiro veio de lugar incerto. À espera da polícia ou de algum tipo de socorro, os fregueses decidem fechar-se no estabelecimento, mas embarcam numa paranoia coletiva. Tensão, humor e ritmo agitado numa história alucinante.

Palmeiras na Neve > Gosta de um novelão hipnotizante? A dica então é encarar as quase três horas de duração de uma saga familiar ambientada em várias épocas. Na década de 50, dois irmãos saem da Espanha para trabalhar com o pai, funcionário numa plantação de cacau, na Guiné Espanhola, então colônia do país europeu. Enquanto Jacobo (Alain Hernández) é mulherengo, Killian (Casas) se apaixona pela filha de um amigo, papel de Berta Vázquez (foto). Em 2003, a destemida Clarence vai às terras africanas para saber por que seus parentes enviavam dinheiro a uma mulher.

Um Contratempo > Um casal de amantes provoca um acidente de carro com vítima. Meses depois, a mulher é encontrada morta num hotel. Ele (Mario Casas) se torna o principal suspeito e contrata uma advogada para defendê-lo. Mas há muita sujeira varrida para debaixo do tapete.

Mi Gran Noche > O diretor Álex de la Iglesia (de O Bar) faz filmes movidos por histórias/paródias em ritmo frenético. Desta vez, o foco recai sobre figurantes, que participam da gravação de um show de réveillon de uma emissora de TV. O realizador/roteirista perambula pelo salão e pelos corredores flagrando desde casais que se formam até astros mimados nos bastidores. Casas, de madeixas longas e loiras, encarna um divertido cantor em ascensão.

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Toro > Casas interpreta o personagem-título, um sujeito que pretende sair do mundo do crime, mas, em sua despedida, é flagrado com seus dois irmãos numa tentativa de roubo. Em liberdade condicional, leva uma vida sem problemas como motorista de táxi. Até que seu mano, atolado em dívidas com um contraventor, pede sua ajuda para reencontrar a filha, que foi raptada pelo bandido. A jornada ao inferno segue em meio a mortes, tiros, perseguições e lutas, em desafio corporal para o protagonista.

Handia > Na edição 2018 do Goya, o Oscar espanhol, o filme faturou dez prêmios, incluindo o de ator-revelação para Eneko Sagardoy. Falada em basco e com início ambientado em 1836, a trama mostra a partida de Martin (Joseba Usabiaga) para a guerra. Três anos depois, ele volta para a fazenda de seu pai. Reencontra seu irmão Miguel, que virou um homem de estatura descomunal. Para ganharem dinheiro e com a aceitação do mano, Martin e um empresário passam a oferecer apresentações do “maior gigante do mundo”. A eficiente recriação emoldura uma triste história de um personagem deslocado no mundo, considerado uma aberração, mas com belo laço fraterno.

Árvore de Sangue > O diretor e roteirista Julio Medem (de Lúcia e o Sexo) traz uma trama almodovariana, repleta de surpresas e reviravoltas. Basicamente, trata-se de um casal que decide escrever as memórias de suas famílias, ligadas por romances proibidos e traições.

A Próxima Pele > Após oito anos vivendo em uma instituição para órfãos na França, o jovem Gabriel (Àlex Monner) parece ter, finalmente, uma pista de sua mãe. Num vilarejo da Espanha, ele tenta readaptar-se à nova realidade, enquanto seu tio tem quase certeza de que ele não é seu sobrinho.

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Quem Você Levaria para uma Ilha Deserta? > Dois rapazes e uma moça dividiram um apartamento por anos. Como cada um vai seguir seu rumo, resolvem fazer uma espécie de jogo da verdade, que desemboca em consequências dramáticas. A peça teatral virou um filme surpreendente.

O Vazio do Domingo > Uma milionária (Susi Sánchez) recebe a visita da filha (Bárbara Lennie), a quem abandonou ainda criança. Sem motivo aparente, a moça quer que a ricaça passe dez dias com ela. Em paisagem bucólica, o drama é um acerto de contas que comove mesmo com sua frieza.

Quando os Anjos Dormem > No dia do aniversário de sua filha, um executivo pega apressado a estrada e, sonolento, atropela acidentalmente uma garota durante a noite. A melhor amiga da vítima não acredita na versão dele e o considera um assassino. Em meio à tensão, o impasse está formado.

The Fury of a Patient Man > Antonio de la Torre interpreta Jose, um sujeito tímido que, incentivado pelo melhor amigo, conquista a irmã dele. O problema: a moça está comprometida com um presidiário que está prestes a sair da cadeia. Os dois homens, porém, têm algo em comum.

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O Aviso > Na loja de um posto, Jon (Raúl Arévalo) presenciou uma chacina, que vitimou seu melhor amigo. Com sintomas de esquizofrenia, ele acaba descobrindo que o mesmo lugar foi palco de outros crimes em décadas passadas. Começa assim uma instigante investigação no vaivém do tempo.

Perfectos Desconocidos > A trama é ambientada num apartamento onde um casal espera a chegada de outros dois pares e mais um amigo solteirão para jantar. É noite de eclipse lunar. Tudo corre na base da descontração, até que uma das mulheres propõe um jogo arriscado: todos devem deixar o celular em cima da mesa e, ao receberem qualquer mensagem ou telefonema, devem mostrar para os outros.

A Rainha da Espanha > Penélope Cruz atua como uma atriz hollywoodiana da década de 50, que volta à sua Espanha natal para filmar uma superprodução de época. Nos bastidores, ela planeja libertar seu ex-marido, levado para um campo de trabalhos forçados durante a ditadura de Francisco Franco. Na comédia inédita do diretor Fernando Trueba, Chino Darín faz um assistente técnico seduzido pela protagonista.

Toc Toc > Escrita pelo francês Laurent Baffie, a peça homônima fez grande sucesso nos palcos, inclusive em São Paulo, onde iniciou a temporada em 2018. A adaptação espanhola para o cinema foge do rótulo “teatro filmado”, sobretudo pela capacidade do diretor Vicente Villanueva em utilizar muito bem quase um único espaço. A introdução apresenta os personagens: há, entre outros, o taxista (Paco León) com mania de fazer contas, a bióloga (Alexandra Jiménez) que lava as mãos insistentemente, a viúva desmemoriada (Rossy de Palma) e, o melhor de todos, o senhor (o ótimo Oscar Martínez) que tem síndrome de Asperger, o que o leva a falar palavrões cabeludos por causa de um impulso incontrolável. Os seis pacientes, portadores de TOC, o transtorno obsessivo-compulsivo, aguardam o psiquiatra na sala de espera de um consultório. Mas ele vai demorar a chegar. A partir daí, surgem laços solidários e muitas discussões nervosas (e divertidíssimas) entre eles. Desfecho surpreendente numa comédia nada trivial.

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