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Netflix: a história do “Woodstock paulista” em documentário incrível

Em sua primeira edição, em 1975, o Festival de Águas Claras teve nudismo e consumo de maconha

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
20 dez 2019, 15h20
Iacanga
O público no primeiro festival: nudismo e maconha (Divulgação/Divulgação)
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Era 1975, os Estados Unidos foram tomados por hippies contrários à Guerra do Vietnã e o Brasil atravessava seus anos de chumbo na ditadura militar. Mesmo assim, o sonhador Leivinha decidiu se inspirar em Woodstock e fazer um festival de música brasileira nas terras da fazenda de sua família. Em Iacanga, a 50 quilômetros de Bauru, o primeiro Festival de Águas Claras virou um sucesso de público, com a presença de 15 000 pessoas, mesmo tendo bandas pouco conhecidas no palco e certo amadorismo na produção. Parte da plateia, porém, se empolgou demais: uns andavam pelados, outros consumiam maconha. Foi o que bastou para Erasmo Dias, o então linha-dura secretário de Segurança Pública de São Paulo, abrir uma investigação.

Primeiro longa-metragem de Thiago Mattar, O Barato de Iacanga passa a limpo, com farto material de época, ainda as outras três edições do festival, ocorridas em 1981, 1983 e 1984. Já na década de 80, a geração era outra — mais, digamos, careta e comportada —, e, assim, os eventos começaram a receber grandes nomes de gêneros musicais variados, como Gilberto Gil, Raul Seixas, Gonzaguinha, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal e o crème de la crème João Gilberto, que encerrou uma madrugada memorável. Mattar, além de resgatar imagens até então esquecidas, foi atrás dos organizadores e também dos nativos de Iacanga, que relembram os prazeres e dissabores de passagens marcantes em sua vida. O filme está disponível na Netflix e tem duas exibições no Canal Curta: neste sábado (21) e domingo (22), às 10h.

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