Linda, em forma e muito ativa, Bruna Lombardi, de inacreditáveis 60 anos, está prestes a começar a rodar seu novo filme. Trata-se de Amor em Sampa, uma comédia musical romântica (como ela define), dirigida por seu marido, Carlos Alberto Riccelli, de igualmente inacreditáveis 66 anos. Bruna escreveu o roteiro sozinha e está na quarta parceria com Riccelli – os outros filmes foram Stress, Orgasms and Salvation (de 2005, que ficou inédito comercialmente no Brasil), O Signo da Cidade (2007) e Onde Está a Felicidade? (2011). Juntos desde a novela Aritana (1978), Bruna e Riccelli foram, realmente, feitos um para o outro. Ela, leonina, é comunicativa e passional. Ele, canceriano, é reservado e cerebral. São duas personalidades do cinema brasileiro que, mesmo afastados da TV, possuem uma grande legião de fãs.
Como você define Amor em Sampa? São cinco histórias de amor que se entrelaçam. É como se São Paulo tivesse um movimento para melhorar a atitude das pessoas em relação à cidade. E também de como essas pessoas tratam e são tratadas por São Paulo. Tenho dez protagonistas, que podem ser casais, pares ou duplas e alguns personagens secundários.
São personagens comuns, que refletem o que vemos na cidade? Há desde um motorista de táxi até um executivo top que só anda de helicóptero. Há também duas atrizes, um publicitário, um estilista e por aí vai.
Você reservou um papel para você? Sim, eu sou a executiva top (risos). Estou à procura do amor até que aparece um cara muito interessante na minha vida.
Entre os casais, haverá um par homossexual? É claro, eu estou apaixonada pelos personagens gays. Eles são divertidos e vão se casar através da união estável. Um deles é publicitário e o outro, estilista, mas prometo não cair em estereótipos. Ah, e eles cantam em cena.
Será um musical todo cantado? Não. É algo na linha de Canções de Amor, do diretor francês Christophe Honoré, só que com uma pegada de humor. Os personagens falam muito e cantam apenas quando a história permite. As canções estão sendo compostas por mim e pelo Riccelli, que já havia feito algumas músicas para Onde Está a Felicidade?.
Falando nisso, Amor em Sampa é uma espécie de fusão de O Signo da Cidade com Onde Está a Felicidade? É mais ou menos isso. São Paulo vai aparecer muito, é quase uma personagem. Só que, ao contrário de O Signo da Cidade, este filme será alegre, luminoso, de deixar as pessoas felizes. Quero mostrar como se pode recuperar a autoestima numa cidade como São Paulo.
Terão muitas cenas externas? Ainda estamos escolhendo as locações, mas posso adiantar que terão cenas no Masp e no Ibirapuera. Precisei enxugar o roteiro, que agora está com 95 páginas e deve dar por volta de 100 minutos de filme.
E quem serão os atores? Não estou escondendo o jogo, mas, infelizmente, não posso divulgar nenhum nome porque ainda estamos em negociação. A equipe técnica será praticamente a mesma de Onde Está a Felicidade? Meu filho, Kim, será o diretor-assistente; Geórgia Costa Araújo, minha fiel produtora; Marcelo Trotta fará a direção de fotografia; os figurinos serão de Andrea Simonetti… Devemos começar a filmar em junho.
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