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Estreias nos cinemas: Transtorno Explosivo é um dos melhores filmes do ano

A trama traz como protagonista uma garota de 9 anos que não consegue ter sua raiva controlada

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
4 nov 2020, 18h03
transtorno explosivo
Helena Zengel em cena de Transtorno Explosivo  (Divulgação/Divulgação)
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Seis filmes chegam aos cinemas nesta quinta (5). Eu não vi as duas estreias mais comerciais: Bill e Ted – Encare a Música e Jovens Bruxas – Nova Irmandade. Por outro lado, assisti a um dos melhores lançamentos de 2020: o alemão Transtorno Explosivo. Vi também duas produções brasileiras: o bom documentário Sem Descanso e o drama Verlust, que tem a cantora Marina Lima como grande atração. Confira meus comentários abaixo.

Transtorno Explosivo > É como uma bomba-relógio. A cada mudança de comportamento da protagonista, tem-se a sensação de que algo vai sair do eixo e causar uma explosão afetiva. E assim é. Com um trabalho estupendo e carregando, praticamente sozinha, o filme alemão nas costas, Helena Zengel interpreta Benni. Ela tem 9 anos, foi abandonada pela mãe, que tem mais dois filhos menores, e vive sendo expulsa de abrigos infantis. O motivo é um só: a garota tem acessos incontornáveis de raiva. Nem os professores nem os assistentes sociais sabem mais o que fazer com Benni. Eis, então, que Misha (Albrecht Schuch), seu acompanhante escolar, sugere uma saída: levar a menina para passar uma breve temporada com ele num chalé rústico na mata. Diretora e roteirista, Nora Fingscheidt expõe o problema de uma forma acachapante, trazendo à tona os desafios dos profissionais em arranjar uma solução. Mas haverá uma luz no fim do túnel para uma criança de passado traumático, rechaçada pela família, carente de afetos e, por isso mesmo, de uma impulsividade incontrolável?

Verlust > Após a estreia da série Boca a Boca, na Netflix, o diretor Esmir Filho volta aos cinemas. Na trama, a empresária musical Frederica (Andrea Beltrão) mora numa casa de praia com o marido (Alfredo Castro) e a filha (Fernanda Pavanelli). Ela administra a carreira da pop star Lenny (a cantora Marina Lima), com quem teve um relacionamento no passado. Também roteirista, Ismael Caneppele é o escritor que faz entrevistas para um livro sobre a artista. Nem a bela locação provoca algo além do tédio numa história sobre amores maduros desencontrados. Diante de diálogos pouco naturais, personagens no limite da afetação e figurinos “extravagantes” de Dudu Bertholini, só mesmo as emocionantes cenas ao som de Não Sei Dançar, na voz de Marina, arrebatam.

Sem Descanso > Em 2014, o jovem Geovane foi levado por uma viatura da Polícia Militar em Salvador. Seu pai, inconformado, rodou as delegacias, hospitais e necrotérios em busca do paradeiro do rapaz — e nada encontrou. Entrou em cena, então, um jornalista do Correio, que publicou uma reportagem sobre o sumiço de Geovane, cobrando também uma resposta das autoridades responsáveis. Com ótimo ritmo de documentário policial, o filme trata da incansável batalha de Jurandhy Silva de Santana atrás de respostas. Além do drama familiar, bem resgatado em entrevistas, o diretor Bernard Attal expõe a fragilidade do sistema judiciário brasileiro e a truculência policial na abordagem de um cidadão negro. O desfecho da história, que não convém revelar, é chocante.

Outras estreias:

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Bill e Ted – Encare a Música 

Jovens Bruxas – Nova Irmandade 

Fico Te Devendo uma Carta sobre o Brasil 

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