Você tem HBO? Tem programa para hoje à noite? Se as respostas foram sim e não, minha dica é ficar em frente à TV para ver, em primeira mão, o drama A Normal Heart, que o canal pago transmite às 22h. Haverá outras exibições: na HBO 2, por exemplo, passa na próxima segunda-feira, às 22h05. Eu já vi o filme e garanto que, assim como em A Culpa É das Estrelas, dá para derramar muitas lágrimas.
Gostei do que vi. Ao invés de se alongar no tema, o roteiro concentra-se em três anos cruciais da epidemia da Aids. Começa em 1981 quando os primeiros casos começaram a surgir. Mark Ruffalo (o Hulk) interpreta Ned, um escritor que se dedica às causas sociais. Ao surgirem as primeiras mortes em virtude de um câncer que só atinge os homossexuais, ele vira um raivoso ativista que cobra da prefeitura de Nova York um maior esclarecimento e cuidados à comunidade gay.
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Sem conquistar seu objetivo, Ned entra em contato com duas pessoas: uma médica paraplégica (interpretada por Julia Roberts), a única a se interessar pelos casos, e com Felix (Matt Bomer), um repórter gay do The New York Times. Você vai ver: em três anos, o governo americano em nada ajudou a investigar a doença e nem auxiliou os pacientes. Foi nesse período também que Ned e Felix passam a viver um romance arrebatadoramente comovente.
Achei o tratamento dado à Aids muito mais adequado do que o do superestimado Clube de Compras Dallas, que recompensou Matthew McConaughey com o Oscar 2014 de melhor ator. O diretor não poupa o espectador em mostrar os aidéticos com manchas no corpo nem as mortes horripilantes que muitos deles tiveram. É um filme de dores agudas, crítico e importante. E igualmente obrigatório para esclarecer que, por mais que existam tratamentos, a Aids, passados mais de trinta anos, não tem cura.
O elenco está formidável, mas quem surpreende mesmo é Matt Bomer. Homem de fina estampa, sarado e belos olhos azuis (foi até cogitado para viver o Christian Grey do filme Cinquenta Tons de Cinza), o ator perdeu 18 quilos para entrar de corpo e alma no personagem. A atuação deve lhe render ao menos uma indicação ao Globo de Ouro e ao Emmy (o Oscar da TV) no ano que vem.
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