Ventríloquo que abriu show do Coldplay estreia espetáculo em São Paulo
Após chamar a atenção do vocalista Chris Martin, Warley Santana viralizou ao subir ao palco do Morumbi com um de seus bonecos
Na maratona de shows do Coldplay em São Paulo, uma das atrações que subiram ao palco do Morumbi antes da banda britânica foi Warley Santana — que não canta nem dança, mas faz piada com certos “ajudantes de palco”. São bonecos, todos controlados pelas mãos do ator paulistano, que acabou mudando de especialidade e hoje faz sucesso como ventríloquo.
No Teatro Bravos, ele conduz um espetáculo inédito com cinco dos seus personagens.
“Cada boneco tem sua personalidade e até as técnicas de manipulação mudam de um para outro, a ideia é mostrar essas variações”, explica. “Um deles foi inspirado no meu ‘tio do pavê’, que sempre contava as mesmas piadas nos almoços em família. O boneco, do velhinho Antenor, até se parece com ele.”
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O título da montagem, Warley Santana e Seus Bonecos em Las Vegas, faz alusão ao sonho mais recorrente dos ventríloquos profissionais. “É uma brincadeira sobre o típico american dream: estrelar em Las Vegas… Que no fundo também é uma vontade minha”, diverte-se.
Antes de ser notado pelo vocalista Chris Martin, Warley já chegou a abrir o show da banda americana Alice in Chains e tem participado de eventos executivos, com cachês de cerca de 20 000 reais. “No caso do Coldplay foi de graça. Eles nem entraram nesse assunto e eu, superanimado, também não. Mas o retorno foi muito bom.”
Depois de trabalhar no programa CQC, da Band, Warley foi convidado para manipular um boneco em outra atração e descobriu um dos grandes talentos nessa área, o americano Jeff Dunham. “Eu já apresentava standup e passei a fazer tudo junto. Me encontrei e me apaixonei ao ver que dava para se comunicar muito por meio deles. E para conquistar a plateia é mais importante ser engraçado do que saber disfarçar o movimento da boca ao comandar o boneco.”
Após essa temporada em São Paulo, com sessões às terças, ele planeja viajar para fazer shows em destinos como Japão, Estados Unidos e Bahia. “Quando retornar, quero renovar a temporada no Bravos e ganhar um horário fixo, se tudo der certo”, conta.
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Da coleção atual, com catorze bonecos — incluindo uma raridade produzida nos anos 1950 —, a maioria foi comprada fora do Brasil. “Um deles custou 6 000 dólares, mas valeu a pena e ele ‘se pagou’ muito bem.” Mas nem todos estão sempre na ativa e o artista já chegou a “aposentar” um deles. “A Marta, uma boneca sexóloga, com piadas bem pesadas, embora eu achasse engraçadas”, admite, aos risos. “Mas o público sempre tem muitas famílias e crianças. Quem sabe ela não volta numa versão só para maiores de idade em breve?”
Rua Coropé, 88, Pinheiros, ☎ 2364-4891. ♿ Ter. 20h30. R$ 30,00 a R$ 100,00. Até 18/4. sympla.com.br