“Fui titular do Terraço por uns dez meses, em 1986. Para isso me ofereceram o dobro do salário e me tiraram da Folha. Trabalho chatérrimo”, resmunga o jornalista Ruy Castro por e-mail. “Perrengues? Nenhum exceto as normas, [como] só poder falar de personagens de São Paulo; não poder falar de quem estivesse muito na mídia; abrir toda semana na página a foto de uma gostosinha sensual, mas não tão gostosinha ou sensual que ofendesse as famílias; e se eu tivesse uma nota importante, repassá-la para a Veja. Também não me lembro de ter comido ninguém por causa da coluna”, lamenta. “No fim daquele ano, peguei o chapéu e disse que ia para casa esperar o telefone tocar, alguém pedindo alguma coisa. Tocou. Nunca mais dei expediente numa redação. Estou desempregado até hoje.”
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 30 de setembro de 2020, edição nº 2706.