Professora de francês ensina turmas por Zoom pela primeira vez
"Sempre me senti motivada a dar aulas cada vez melhores”, conta Danielle Goldstein, docente da Aliança Francesa há 50 anos
Professora de francês há cinquenta anos, Danielle Goldstein, 76, passou a ensinar suas turmas por videoconferência pela primeira vez na quarentena. “Mas sempre me senti motivada a dar aulas cada vez melhores e já usava outras ferramentas”, pontua a docente da Aliança Francesa, que chegou ao Brasil aos 10 anos e hoje vive com o marido na região da Chácara Santo Antônio.
“As pessoas acham que velho não tem a capacidade de fazer as coisas comuns para os jovens, mas tenho um grupo de senhoras acima de 60 e nenhuma delas abandonou as aulas on-line até agora, apesar de algumas dificuldades.”
Danielle nasceu em uma vilarejo da França perto de Grenoble que, segundo ela, não existe no mapa. “Até hoje não conheço lá, minha cidade mesmo é Paris”, conta.
De origem judia, sua mãe fugiu da capital francesa durante a guerra, ainda grávida, e deu à luz em uma área montanhosa, onde também estavam os avós de Danielle.
“Meu pai não quis ir e foi levado para (o campo de concentração) Auschwitz, onde acabou falecendo.” Além da literatura francesa, a professora diz gostar dos parques e pequenos museus franceses, como o parque elevado Coulée Verte René-Dumont e o Museu Jacquemart-André, e sempre costuma visitar o país. “Em 2016, levei meu neto, mostrei onde morava, minha escola, onde brincava no jardim”, descreve. “Ainda me lembro de tudo.”
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 17 de junho de 2020, edição nº 2691.
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